Dengue hemorrágica em Macapá
Criança de seis anos está com dengue hemorrágica. Enquanto isso um estudande da UVA registra ocorrência policial contra mim por causa da campanha contra a dengue que faço aqui no blog
Ninguém fala nada. Mas os casos de dengue começam a explodir na cidade. Só ontem fiquei sabendo de três, um deles de dengue hemorrágica.
Uma amiga minha, que mora no Cabralzinho, está com dengue. Outra, que mora no Centro, me contou que sua empregada doméstica está com dengue. Mas o que mais me abalou foi saber que uma garotinha linda, de seis anos de idade, neta de uma amiga minha está com dengue hemorrágica.
Ontem à tardinha, caminhando pela rua Hamilton Silva, me chamou atenção a quantidade enorme de copos descartáveis, garrafas pets, tampinhas de refrigerantes, latinhas, embalagens de biscoito e tudo o mais que se possa imaginar na frente do Mini Box Miranda, que fica na esquina da Hamilton Silva com a avenida Almirante Barroso. É muito lixo espalhado pela calçada, pelo meio-fio, acostamento, beira da rua.
Resolvi entrar para falar com o dono do Mini Box. Ele não estava. Conversei com o balconista. Falei sobre o risco que aquela lixarada toda representa para a saúde dos moradores do bairro e de quem passa por lá. E vejam só o que ele me respondeu:
- São os universitários que vem beber e lanchar aqui que jogam tudo aí.
- Por que você não pede a eles que joguem o lixo no lixo? Perguntei
- A gente não fala nada porque isso vai da consciência deles. Se eles não têm consciência a gente não pode fazer nada.
- Pode sim – disse-lhe. Já que vocês não querem falar nada poderiam recolher o lixo na hora de fechar o Mini Box, né não?
- Nós não temos tempo pra isso.
Me despedi dizendo que eu é que não vou pegar dengue só porque uns não têm consciência e outros não têm tempo. Vou denunciar o tal Mini Box pela segunda vez à Vigilância Sanitária. A primeira denúncia que fiz foi há cerca de dois meses, inclusive coloquei fotos desse Mini Box aqui no blog.
Os universitários aos quais o balconista se referiu são estudantes da UVA (Universidade Vale do Acaraú) que fica a poucos metros de lá.
Saí de lá pensando na garotinha que está com dengue hemorrágica e no estudante da UVA que procurou uma delegacia de polícia e registrou uma ocorrência contra mim porque há cerca de dois meses eu disse aqui neste blog que estudantes da UVA emporcalham a cidade jogando descartáveis nas calçadas do tal Mini Box e de lanchonetes que ficam pertinho da UVA.
Será que o tempo que esse estudante gastou numa delegacia registrando uma ocorrência policial contra mim fosse empregado por ele para conscientizar seus colegas porcalhões, essa garotinha estaria com dengue hemorrágica?
Será que se em vez de defender os porcalhões – o que é um estímulo para que mais e mais gente jogue descartáveis nas ruas e calçadas – ele fizesse um trabalho de conscientização essa menininha estaria com dengue?
Será que não dói nenhum pouquinho a consciência desse rapaz sabendo que uma criança está sofrendo, chorando de dor, sangrando pela boca, nariz e outras partes do corpo, enquanto ele defende os responsáveis por todo esse sofrimento?
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