Os poetas também fazem rir
Esta eu li numa edição da Revista Rumo de outubro de 1959
O poeta Aluízio Cunha – que era funcionário do gabinete do governador do então Território Federal do Amapá – resolveu após vários anos de cogitação, fazer uma granja no bairro do Laguinho.
Acontece que, logo no dia seguinte ao da inauguração, era sábado e seus colegas de trabalho Conceição e Marinho estavam sem dinheiro, doença que consideram das piores para quem sabe aproveitar a vida.
Marinho então, em nome dos dois, dirigiu o seguinte vale ao Aluízio:
Senhor Aluízio Cunha,
mui digno proprietário
duma granja, no Laguinho!
Está faltando dinheiro
tanto para o Conceição
como para o poeta Marinho.
Achamos, por isso mesmo,
que o senhor, que é criador
e está com a vida folgada,
poderá, perfeitamente,
num gesto nobre e louvável,
nos afastar da enrascada.
Como já disse o ditado,
“se no céu vale quem presta,
na terra vale quem tem”.
Mostre então o seu valor,
não nos deixe sem cerveja,
pois sede mata também.
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