Operação Akator
A Polícia Federal deflagrou hoje no Amapá a “Operação Akator” para desmontar um esquema de fraudes envolvendo servidores do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Junta Comercial do Amapá (Jucap), empresários do ramo da mineração e a empresa Mineração Cachoeira Ltda, subsidiária da International Gold Resource – IGR, uma holding que controla várias empresas de mineração.
Dos 10 mandados de prisão, oito foram cumpridos até às 18h. Foram presos o ex-chefe do DNPM-AP, João Batista de Azevedo Picanço Neto, Joana Biraci da Silva Borges (funcionária do DNPM-AP), a vice-presidente da Junta Comercial do Amapá Maria Angélica Corte Pimentel, o empresário do ramo de mineração Vinício Branco, alem de Marcos Gaspar Sayd, José Carlos Duarte, Gildácio José de Lima Araújo e Lucila Nunes da Silva, ligados à Mineração Cachoeira.
“O maior crime cometido por essas pessoas foi lesar investidores internacionais na Bolsa de Valores do Canadá”, disse o diretor do DNPM Celso Marques Junior. Ele explicou que a Mineração Cachoeira detinha autorização do DNPM para realizar pesquisa no distrito de Lourenço, município de Calçoene (AP), mas o relatório da pesquisa apresentava dados inverídicos, superestimando o potencial mineral da região. Caberia ao DNPM fazer a checagem destes dados. O que não foi feito. O DNPM, sob a gestão de João Picanço Neto, avalizou o relatório da Mineração Cachoeira que, valendo-se disso, atraía investidores internacionais. O crime, segundo ele, vinha sendo cometido há um ano e meio.
O delegado da Polícia Federal responsável pelas investigações, Fernando Chuí, disse que o cenário de exploração dos recursos minerais contaram com a omissão do DNPM. “João Picanço Neto era muito omisso no trato das questões minerais, aprovava relatórios com dados inverídicos, que mostravam uma atividade mineral altamente lucrativa e isso era divulgado lá fora para especular na bolsa de valores”, disse Chuí.
Ele não quis dar mais informações sobre a Operação Akator alegando que o inquérito corre sob segredo de justiça, mas adiantou que outras prisões podem ser feitas nos próximos dias.
Sobre a a vice-presidente da Junta Comercial, Maria Angélica Corte Pimentel, ele contou que ela participava do esquema acelerando a documentação da empresa na Junta e por isso recebia material de construção para reforma de sua casa. Já João Picanço Neto recebia propina mas, por enquanto, o delegado omite os valores.
Das duas pessoas que faltam ser presas, uma estaria em Minas Gerais, segundo a PF.
O superintendente da PF no Amapá, Rui Fontel, ressaltou que a operação deflagrada hoje não tem nada a ver com a Operação Toque de Midas, que investiga possível fraude no processo licitatório da Estrada de Ferro do Amapá para beneficiar a MMX, do empresário Eike Batista.
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