sábado, 31 de março de 2007

Álvaro da Cunha: um poeta a serviço do Amapá

“Tu sabes que onde eu for
Amapá
irá o amor
amor que a tua paisagem
de sonho acenderá
no mais profundo
e lírico sial
de que sou feito e contrafeito.
Meu olho oral
vê e fala do teu ar
do teu céu
do teu mar
das tuas florestas.”

Esta declaração de amor ao Amapá é parte do poema “Amapacanto” de Álvaro da Cunha, poeta que carregava na alma a paisagem amapaense.
Nascido em 5 de agosto de 1923 em Belém do Pará, o poeta veio para o Amapá com 23 anos de idade, onde desempenhou cargos e funções de relevo na administração, como a presidência da Companhia de Eletricidade do Amapá. Fundou e colaborou com várias revistas literárias, como a Rumo, Mensagem e Latitude Zero.
Faz parte da primeira geração de poetas do Território Federal do Amapá, ao lado de nomes como Alcy Araújo, Ivo Torres, Aluísio Cunha e Arthur Nery Marinho. Estes cinco movimentaram o setor cultural amapaense, fundando revistas, criando clubes de artes e editoras, promovendo noites lítero-musicais e cursos de teatro e artes plásticas.
Sobre Álvaro, Alcy dizia que era “ um poeta a serviço do Amapá”. Estudioso dos problemas da região, escreveu a mais importante obra sobre a exploração do manganês: o livro “Quem explorou quem no contrato do manganês”. Por causa desse livro sofreu perseguições, inclusive do governo federal, e teve que deixar o Amapá e se estabelecer no Rio de Janeiro, onde atuou no setor privado como técnico e diretor de escritórios de consultoria especializados em planejamento econômico.
Foi embora, mas não perdeu os laços com esta terra onde, segundo ele, em vez de criar poemas “recolhia-os já feitos na paisagem”.
Alcy Araújo dizia que Álvaro nunca se liberou do sol da Latitude Zero. “Álvaro não desassumiu também sua deslumbrada e aberta responsabilidade de usuário, de amante e intérprete do verde incomum da Latitude Zero”, disse Alcy no prefácio do livro Amapacanto, considerado um atlas poético dessa região. “O Amapacanto, lançado em 1989, é uma verdadeira exaltação ao Amapá”, afirma o presidente da Associação Amapaense de Escritores, Paulo Tarso.
Além de Amapacanto e de Quem explorou quem no contrato de manganês, Álvaro lançou também Pássaros de Chumbo, em 1961 no Rio de Janeiro, e figura na antologia Modernos Poetas do Amapá.
Há centenas de poemas seus publicados em jornais e revistas do Amapá, Pará e Rio de Janeiro, que deveriam ser organizados numa rica antologia para que a nova e as futuras gerações possam conhecer um dos maiores poetas modernistas da região Norte.
Interessante também que se resgatasse os artigos publicados por Álvaro da Cunha, onde ele já denunciava crimes contra o meio ambiente numa época em que pouca gente falava sobre isso. Há também artigos combatendo a pesca predatória na costa do Amapá, a exploração ilegal da madeira, do ouro e de tantos outros recursos naturais da Amazônia.
Álvaro Cândido Botelho da Cunha morreu no Rio de Janeiro em 22 de fevereiro de 1995.
“A gente se perdeu
Amapá e eu há muitos anos.
logo nós dois
tão semelhantes e afins
que parecíamos drágeas da mesma vagem
múltiplos mútuos
grãos germinados gêmeos um do outro”

MISERERE
Álvaro da Cunha
A mulher operária tinha o ventre achatado pelo peso da fome. Levantei-lhe a cabeça, perguntei o seu nome e a sineta soou. Era a hora do almoço. A mulher abaixou-se, sacudiu o menino, o menino acordou. A mulher operária tinha o ventre achatado pelo peso da fome. Cuspiu sobre os seios – eram uns seios sem leite – e a criança mamou.
- Tomei nota em meu livro, e alguém protestou.
Outra vez fui às docas. Conversei com Maria, na “Pensão da Estiva, e Maria explicou:
O meu homem me obriga a trabalhar para ele. Chega tonto de sono, e eu tonta de amor. Nos seus lábios tem éter, licor, ambrosia, mas os beijos que trazem são beijos cansados, desses beijos pesados, de amargo sabor.
- Registrei em meu livro, e alguém protestou.
A menina passava. A roupinha de trapos, a carinha mirrada, o corpinho franzino. Dei-lhe um copo com água, pus-lhe as mãos no cabelo, e a criança chorou.
- Mencionei no meu livro, e alguém protestou.
No irmão da menina, os dois olhos abertos eram duas estrelas que a lama ofuscou. Ele estava tão sujo, e olhava o meu terno com tanto interesse, que o embrulho de peixe escorreu-lhe das mãos e ele nem reparou.
Recuei assustado; encerrei o meu livro e joguei-o nas águas, mas o livro boiou. Apanhei-o com nojo. Rasguei-o em pedaços. E a angústia passou.
- Para que registrar as misérias da vida?
- Para que registrar? ... minha voz repetia
e ninguém protestou.

sexta-feira, 30 de março de 2007

DEPONDO

Braz Martial Josafá está depondo mais uma vez na Polícia Federal.
O depoimento começou às 8h.
Dependendo do que está falando, pode sair de lá livre, leve e solto, direto pra sua casa ou ser levado de volta para o presídio, onde ocupa cela desde a semana passada.
Enquanto Braz presta depoimento, muita gente se entope de lexotan.

Cantando na PF

"Já está escrito
Já está previsto
Por todas videntes
Pelas cartomantes

Está tudo nas cartas
Em todas as estrelas
No jogo dos Buzios
E nas profecias... ah...

Cai, o Rei de espadas
Cai, o Rei de ouros
Cai, o Rei de paus
Cai, não fica nada!!"

(Cartomante - Ivan Lins e Vítor Martins)

Antídoto

Só pra lembrar...
Em 2004 o Ministério Público do Estado divulgou levantamento mostrando que 70 pessoas morreram por falta de medicamentos e equipamentos nos hospitais públicos de Macapá, no período de janeiro a setembro daquele ano. O governo negou que os óbitos fossem em função da falta de remédios. Em 2006, os deputados estaduais Rui Smith e Randolfe Rodrigues denunciaram ao Ministério Público que havia roubo de medicamentos da Central de Abastecimento Farmacêutico, o governo reuniu a imprensa, confirmou que mais de 30 mil frascos de antibióticos e cinco mil caixas de antinflamatório – avaliados em R$ 300 mil - foram desviados e prometeu prender os envolvidos “nos próximos dias”. Não prendeu ninguém. No mesmo ano 12 crianças morreram em menos de duas semanas no Hospital Infantil, o governo negou que fosse falta de medicamentos, disse que as crianças já deram entrada naquele hospital em estado extremamente grave. Ainda em 2006, uma denúncia anônima levou o Ministério Público a descobrir, num terreno fora da área urbana de Macapá, uma tonelada de remédios queimada.
No ano anterior, 2005, uma auditoria do Ministério da Saúde já havia detectado erros graves na compra e no controle de medicamentos por parte do governo do Amapá.
Mais atrás, em 2004, o então senador João Capiberibe (PSB-AP), denunciava no Senado o desvio de recursos do SUS no Amapá. Em dezembro daquele ano, ele fez um discurso pedindo intervenção federal no Amapá. “Apresentei aqui várias denúncias e até agora e não obtivemos resultados concretos. Volto a insistir: a situação do sistema de saúde no Estado do Amapá agravou-se de tal forma que, acredito, a única alternativa que nos resta é uma intervenção do Ministério da Saúde. Como na origem dos problemas está o mal uso dos recursos do SUS, verbas federais portanto, a intervenção me parece viável tanto do ponto de vista legal quanto do ponto de vista técnico”, discursou.

Como não há mal que sempre dure, a Polícia Federal começou a aplicar semana passada um antídoto e já prendeu quase 30 pessoas que fazem parte do bando que afanava o dinheiro dos medicamentos.
Depoimentos e gravações de conversas telefônicas mostram que, além dos presos, tem muito mais gente envolvida nessa ladroagem.

O QUE DIZ DILTON FERREIRA
O empresário que denundiou o esquema, fez denúncias gravíssimas.
Dilton era sócio de Nivaldo Aranha da Silva, na Globo Distribuidora – uma das empresas que mais vendeu para governo nesse esquema. Era ele quem assinava os cheques e pagava as propinas até dezembro de 2005 quando foi excluído da sociedade.

Cem mil
Ele afirma que nunca passou nada diretamente para o governador, “sempre o fazia através de Braz, a quem chegou a entregar R$ 550 mil de uma vez só - e Joel (Joel Nogueira, servidor de carreira do TCU, e secretário de estado do Planejamento), mas que seu sócio Nivaldo chegou a fazer um depósito de R$ 100 mil na conta do governador e depois estornou para entregar em espécie.

Bala pro Bala
Ele conta também que o atual deputado federal Sebastião Rocha (PDT), secretário de Saúde no primeiro mandato de Waldez Góes, também recebia propinas de Nivaldo e do próprio Dilton. Um dos pagamentos de propina feito por ele a Rocha foi num shopping da cidade, no valor R$ 35 mil. Esta não é a primeira vez que Rocha tem seu nome envolvido em falcatruas. Em novembro de 2004 ele foi preso, algemado e levado no camburão para a carceragem na PF, durante a Pororoca – uma operação que desmontou uma quadrilha que fraudava licitações de grandes obras com recursos federais.

Comunhão de bens
Sobre o segundo secretário de saúde do governo Waldez Góes, Uilton Tavares, Dilton diz que ele recebia a propina através de sua esposa Fabíola Serrano (ela está com prisão decretada, mas está internada no Hospital da Unimed em Macapá).

Escutas
Nas escutas telefônicas feitas pela PF com autorização judicial aparece também o nome do deputado federal Jurandil Juarez (PMDB). Ele era secretário de Planejamento. Numa conversa entre Braz e um homem não identificado (HNI), Braz diz que colocará Haroldo em contato com Jurandil Juarez para que as coisas caminhem mais rápido e que já falou com Jurandil para agilizar o pagamento da JR Hospitalar e dá a entender que o governador sabe de tudo.
Braz (...) eu avisei o Jurandil ontem, é a JR essa aqui (...) O governador também já foi comunicado
HNI (...) Negócio do orçamento deu tudo ok, né (...) do VEP?
Braz (...) Ah ta, deu tudo ok
HNI – Só que o homem... meu amigo a gente tem que sentar e conversar viu... o chefe vai ter que chamar o “caboco” porque ele vai ter problemas com o Tribunal
Braz – Todo mundo armou na verdade: o Tribunal, o Ministério Público, todo mundo armou.

quarta-feira, 28 de março de 2007

O governo sabia de tudo

Há pelo menos um ano o governo sabia que estavam surrupiando verbas do SUS, sabia que estavam roubando medicamentos da Central de Abastecimento Farmacêutico e que, por falta de remédios, muita gente estava morrendo nos hospitais públicos de Macapá.
Releia o que a jornalista Alcilene publicou no blog Repiquete (alcilene.zip.net) no dia 16 de maio do ano passado.

Alô xerife!
Há aproximadamente um mês o secretário de Segurança Pública Pedro leite, chamou uma entrevista coletiva para dar conhecimento à imprensa que estavam roubando medicamentos da CAF. Tá. Essa denúncia já havia sido feita ao Ministério Público Estadual pelos deputados Randolfe Rodrigues e Ruy Smith.
Na mesma entrevista coletiva o secretário anunciou que “nos próximos dias” iria haver prisões dos envolvidos no roubo.
Até agora nada. Ninguém foi preso. A sociedade sabe que roubaram os medicamentos que estavam faltando nas unidades de saúde, mas não tem o direito de saber quem roubou. Ninguém fala nada e vai ficando por isso mesmo.
Desse jeito só se queixando ao Papa.”

Hoje, no Repiquete, Alcilene diz:
“O ex-secretário de Justiça e Segurança Pública, Pedro Leite, que é promotor de Justiça, voltou para o Ministério Público. Não prendeu ninguém, o governo não disse quem estava roubando, e a PF foi quem agiu.
Poderiam ter evitado uma parte dos desvios. Poderiam ter evitado mais sofrimento e poderiam ter evitado que algumas pessoas que ainda não estavam envolvidas tivessem se envolvido, como o dr Abelardo Vaz.”

O que rola por aí

No blog Notícias Daqui (lucapi.blogspot.com):
Silêncio também em Brasília
Silêncio completo no Congresso Nacional. Nenhum parlamentar do Amapá, excessão à deputada Janete Capiberibe, ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal para sequer citar a Operação Antídoto, da Polícia Federal, que está desmontando o esquema que desviava recursos da secretaria de saúde do estado.
NENHUM parlamentar ocupou qualquer uma das tribunas, excessão à deputada Janete Capiberibe, para elogiar ou criticar a operação, para pedir firmeza na investigação, para que haja justiça na apuração, no indiciamento e no julgamento, para que haja respeito com o dinheiro do povo do estado do Amapá.
NENHUM parlamentar, excessão à deputada Janete Capiberibe, pediu que melhore o sistema de saúde do estado, que haja substituição do secretário, que o governador haja rapidamente.
Será que este silêncio é apenas 'cautela', pura coinscidência ou mesmo conivência??

No site do Correa Neto (
www.correaneto.com.br):
O crime de informar.
Ontem foi a Alcinéa Cavalcante, na sexta-feira será minha vez. Vou ao Fórum, Juizado Central às 8 e 15 para responder pelo crime de publicar uma foto do prédio do desembargador Honildo Amaral de Melo Castro, no centro de Macapá, que deve custar entre 2.7 e 3.2 milhões depois de pronto.
O dono do prédio entendeu que invadi sua privacidade e evidentemente afrontei sua “honra subjetiva”. É sempre assim: o poder se julga sempre acima do bem e do mal, E não está.

No blog do Castro (castro.castro.zip.net)
Piada do Dia!!!
Pessoal, a piada do dia vai ser diferente hoje!!!Quero que vocês adivinhem a única resposta para todas as perguntas!!!!Vamos lá!!!
No que deu a Operação Pororoca?
No que vai dar a Operação Antídoto?
O que o Vasco vai ganhar se for pra final contra o Mengão?
No que resulta as CPIs em todo o país?
O que sobra do salário mínimo do povo no dia seguinte ao pagamento?

Na Folha do Amapá (
www.folhadoamapa.com.br):
Alto escalão do governo sabia e participava do esquema de desvio de recursos da saúde.

Na coluna From, no Diário do Amapá (www.diariodoamapa.com.br):
Fujão

A PF vasculhou poltrona por poltrona em vôo da TAM, ontem, na madrugada.
Corria atrás de um dos supostos envolvidos na Operação Antídoto, que saía de “mansinho” para não cair nas garras da Justiça.

Na coluna Gazetilha, do jornal a Gazeta: (www.jornalagazeta-ap.com.br)
Boca no trombone
Nivaldo Aranha, dono da distribuidora Globo foi solto pela Polícia Federal. A liberação ocorreu após prestar depoimento. A exemplo de seu ex-sócio Dilton Ferreira, abriu o bocão, denunciou tudo e acabou provocando novos mandados.


Na coluna Enfoque Amazônico, do jornalista Ray Cunha (www.abcpolitiko.com.br):
ATÉ QUANDO?
Nunca se viu tanta bandalheira no Amapá!

Brasília – O tesoureiro do governador Waldez Géos (PDT), do Amapá, está preso, bem como ex-secretários de Saúde, o suplente do senador tucano Papaléu Paes e gente ligadíssima ao senador Gilvam Borges (PMDB/AP), por sua vez ligado ao grupo do senador maranhense José Sarney (PMDB/AP). A Polícia Federal desmantelou uma quadrilha que assaltava o erário dentro da Secretaria de Saúde, desde ...


No blog do jornalista Ricardo Noblat:
Maracutaias no Amapá
De Bernardo de la Peña em O Globo, hoje:
"A Polícia Federal prendeu ontem, no Amapá, dois ex-secretários de Saúde, Abelardo Vaz e Uilton José Tavares, por envolvimento num esquema de fraude em licitações para a compra de medicamentos e material hospitalar. Além deles, outras 23 pessoas foram presas desde quinta-feira passada como parte da Operação Antídoto, da PF. O grupo, que teria ramificações políticas, comandava um esquema que, pelas contas da PF, pode ter provocado prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres do Amapá desde 2003.
Pelo menos cinco pessoas, entre os 25 presos, têm ligações com partidos políticos e autoridades do Amapá. Braz Martial Josafá e Frank Roberto Góes da Silva são próximos do governador Waldez Góes (PDT). O primeiro é um auditor licenciado da Receita Federal e, segundo a PF, admitiu que atuou captando recursos para a campanha de reeleição do governador. O segundo é sobrinho de Waldez e trabalha com o líder do governo na Assembléia, deputado Roberto Góes, primo do governador."

Tá na mídia nacional

Fraudes na Saúde levam 25 à prisão no Amapá
De Bernardo de la Peña em O Globo, de hoje

"A Polícia Federal prendeu ontem, no Amapá, dois ex-secretários de Saúde, Abelardo Vaz e Uilton José Tavares, por envolvimento num esquema de fraude em licitações para a compra de medicamentos e material hospitalar. Além deles, outras 23 pessoas foram presas desde quinta-feira passada como parte da Operação Antídoto, da PF. O grupo, que teria ramificações políticas, comandava um esquema que, pelas contas da PF, pode ter provocado prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres do Amapá desde 2003.

Pelo menos cinco pessoas, entre os 25 presos, têm ligações com partidos políticos e autoridades do Amapá. Braz Martial Josafá e Frank Roberto Góes da Silva são próximos do governador Waldez Góes (PDT). O primeiro é um auditor licenciado da Receita Federal e, segundo a PF, admitiu que atuou captando recursos para a campanha de reeleição do governador. O segundo é sobrinho de Waldez e trabalha com o líder do governo na Assembléia, deputado Roberto Góes, primo do governador."

José Gregório Ribeiro de Faria, chefe de gabinete da Secretaria de Saúde, preso na semana passada, é, segundo a PF, ligado ao PMDB e foi indicado para o cargo pelo partido. Já o ex-secretário Uilton Tavares, preso ontem, é o segundo suplente do senador Papaléo Paes (PSDB-AP). Também preso ontem, Abelardo Tavares foi secretário de Saúde no primeiro mandato de Waldez. Na casa dele, foram apreendidos R$ 32 mil.

Dos 16 presos semana passada, 15 foram liberados ontem porque venceu o prazo da prisão temporária. Braz foi o único que teve a prisão prorrogada.

O esquema consistia na fraude em licitações para aquisição de medicamentos, com empresas concorrendo com preços abaixo dos de mercado.

— Segundo as investigações, o grupo fraudava as licitações apresentando o preço de custo dos medicamentos. Isso garantiria que determinada empresa ganharia — explicou o superintendente da PF no Amapá, o delegado federal Rui Fontel.

Depois de ganhar a licitação, as empresas não entregavam toda a mercadoria contratada. Em alguns casos, só cerca de 60% dos produtos eram entregues. O restante da mercadoria tinha o seu fornecimento atestado por servidores públicos que participavam do esquema. Os pagamentos às empresas também eram acelerados pelos funcionários públicos envolvidos.

— Eles lucravam e pagavam a propina, não entregando até 40% do total pago, de acordo com as investigações. Em alguns depoimentos que já tomamos, as pessoas admitem que não entregavam 25% do material encomendado — explicou o delegado Fontel.

terça-feira, 27 de março de 2007

Antídoto

"Se alguns setores da Justiça estivessem menos preocupados em processar jornalistas e alimentar uma harmonia promíscua, muitas dessas coisas que estão acontecendo no Estado poderiam ser evitadas. E não venham com aquele chavão: a Justiça só age quando provocada”.
(Jornalista Corrêa Neto, hoje em seu site)

BOCA-DE-FORNO

$$$$$ - A PF não descarta que mais prisões sejam decretadas nos próximos dias. Tudo vai depender dos depoimentos das pessoas que foram presas hoje e dos documentos apreendidos. "Vamos fazer a Antídoto III, a IV, a V ... quantas forem necessárias para pegar todos os envolvidos no esquema", disse um delegado.

$$$$$ - Dizem que nunca se vendeu tanto Lexotan em Macapá como nas últimas horas. E ainda tem vários políticos sem dormir.

$$$$$ - A PF não confirma que existam pedidos de prisão no STF e no STJ. Mesmo assim tem gente morrendo de medo.

$$$$$ - O médico Carlos André da Silva Valente foi preso porque prestou "um favorzinho" para a esposa Érika Oliveira de Souza: buscar a propina da cara-metade com um dos chefes.

$$$$$ - Segundo a PF, os ex-secretários Uilton Tavares e Abelardo Vaz forneciam informações privilegiadas para o bando. A propina deles correspondia a 5% do valor da compra.

$$$$$ - Verdade seja dita: no governo Capiberibe se gastou muito menos na saúde, mas não faltava remédio nos hospitais. Os doentes renais tinham, inclusive, direito a transporte quando iam fazer as sessões de hemodiálise. Só pra se ter uma idéia: em 2001 o governo gastou R$ 9 milhões na saúde. Em 2005, segundo teria dito Gregório Farias, só para a Via Hospitalar o governo pagou R$ 15 milhões.

$$$$$ - O blog do Alípio (alipioap.blogspot.com) publica dados do Siafem mostrando que de 2003 a 2006 o governo do Amapá pagou mais de R$ 45 milhões para a Ital Service e Globo Distribuidora, empresas que fazem parte do esquema que surrupia verbas do SUS.

$$$$$ - Essa eu li no blog Repiquete (alcilene.zip.net): "Laboratório de Saúde Pública- Lacen e Hemoap também estão na mira da Fedeca."

Listão dos presos na Operação Antídoto II

A Polícia Federal acaba de divulgar os nomes dos envolvidos no esquema de roubo de verbas do SUS, presos hoje pela Operação Antídoto II.
São eles:
Uilton José Tavares - ex-secretário de estado da Saúde
Carlos André da Silva Valente - médico
Abelardo da Silva Vaz - ex-secretário de estado da Saúde
Nádia Rosana Mato Soares - bioquímica, funcionária da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF)
Flávia Patriny Almeida dos Santos - bioquímica, funcionária da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF)
Edilson Leal da Cunha - Ex-diretor Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF)
César da Costa Santos - ex-presidente da Comissão de Licitação da Secretaria de Estado da Saúde
Larissa Macêdo de Lima - bioquímica, funcionária da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF)

NOTA DE SOLIDARIEDADE

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS - FENAJ
Nota Oficial
Assédio judicial ameaça liberdade de imprensa no Amapá
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se solidariza com a jornalista Alcinéa Cavalcante e com outros profissionais amapaenses que têm sofrido perseguições e ataques ao direito à liberdade de imprensa. Juntamente com o Sindicato dos Jornalistas do Amapá (Sindijor), a Fenaj tem denunciado o clima de tensão e medo entre os profissionais que trabalham em jornais, rádios e TVs no Estado, diante das pressões que vêm sendo vítimas, inclusive por via judicial e policial, capitaneadas por políticos com atuação no Estado.

A diretoria da Fenaj reforça sua preocupação com o que já está se configurando situação de assédio judicial para controle do conteúdo noticioso veiculado na mídia local e nos blogs de jornalistas do Amapá. Lembra que o direito constitucional de liberdade de imprensa deve estar acima de interesses políticos e não pode ser subjugados a eles. A federação defende ainda que a cobertura jornalística deve ser feita em benefício da sociedade e nunca submetida a controles de grupos políticos e econômicos.

A Federação está acompanhando os casos diretamente e através do Sindijor, tendo inclusive denunciado a situação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e entidades de defesa dos Direitos Humanos. A entidade nacional continuará sempre atenta aos fatos de cerceamento à liberdade de imprensa no Amapá e em todo País, por entender que este direito constitucional é basilar para a democracia brasileira.

Brasília, 27 de março de 2007.
Diretoria da FENAJ

Antídoto II

BOCA-DE-FORNO
$$$A PF encontrou mais de R$ 30 mil na caixa de descarga do banheiro da casa do ex-secretário da Saúde Abelardo Vaz. Égua do esconderijo!

$$$Foi o empresário Dilton Ferreira de Figueiredo quem denunciou o esquema para a PF em março do ano passado, quando sentiu que o grupo estava tentando excluí-lo.

$$$ Dilton disse que um dos beneficiados com a grana que era surrupiada do SUS é o deputado federal Sebastião Rocha Bala, ex-senador e ex-secretário da Saúde, que foi preso na Operação Pororoca.

$$$ José Gregório Ribeiro de Farias - um dos homens fortes do esquema - disse em seu depoimento à Polícia Federal que a empresa Via Hospitalar ganhou em 2005 uma licitação no valor de R$ 15 milhões para venda de remédios para o governo do Amapá, mas só entregou 5% dos medicamentos. Gregário, preso na quinta-feira passada é dono da JGR Farias e até sexta-feira passada era o chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Saúde.

OS PRESOS HOJE

Dos nove mandados de prisão expedidos, a Polícia Federal já cumpriu oito.
Estão presos na carceragem da PF em Macapá, além dos ex-secretários de Saúde Uilton Tavares e Abelardo Vaz, o diretor da Central de Abastecimento Farmacêutico Edilson Cunha, o médico Carlos André (marido da bioquímica Érika, que foi presa quinta-feira) e os funcionários de prenome César, Larissa, Nádia e Flávia.
Foi decretada também a prisão de Fabíola, mulher de Uilton Tavares. Como ela está internada em um hospital da cidade o mandado de prisão não foi cumprido.
Daqui a pouco tem mais detalhes aqui no blog.

Querem calar os jornalistas

Esta charge é do blog Patacoadas do Cleber LEIA TAMBÉM:
Opinião: Volta, Voltaire!
Blog do Bonow

Parece que a cada semana a imprensa brasileira se cala com mais uma arbitrariedade da justiça. E não falo dessas que deixam os criminosos nas ruas e os políticos rindo do povo, estou falando das que dizem respeito à liberdade da própria imprensa, valor que deveria ser inatacável e que se não for defendido compromete a democracia e dispara tiros no ... (bonow.blogspot.com)

Sarney continua sua jornada para intimidar...
Patacoadas do Cleber
Sarney continua sua jornada para intimidar jornalistas no Amapá... "Processos, indiciamentos, censura, mordaça..... Querem calar os jornalistas amapaenses Carta Aberta à População ABSURDO 1: O SENADOR JOSÉ SARNEY Durante a campanha eleitoral do ano passado, a jornalista Alcinéa Cavalcante publicou ... (patacoadas-do-cleber.blogspot.com)

Por uma imprensa livre e isenta
Jus Indignatus por Ricardo Rayol
Com a ida do Franklin Martins para a comunicação do planalto, regulando o que sai de lá e ainda as verbas publicitárias, urge combatermos as tentativas de mordaça engendradas por políticos de rabo preso. Uma das mais perseguidas jornalistas que conheço, a Alcinéa Cavalcante, está sob fogo cerrado do Sarney e sua trupe ... (indignatus.blogspot.com)

Censura institucionalizada ainda acontece no Amapá
Infomniac
Republico abaixo - copiado do Blog do Tas - carta aberta à população que algumas entidades do Amapá divulgaram, sobre a censura que vem acontecendo naquele estado, de forma institucionalizada por meio do... (infomniac.blogspot.com)

Querem Calar os Jornalistas do Amapá
Alerta Total
Abaixo, a "Carta Aberta à População" assinada pelo Sindicato dos Jornalistas do Amapá e outras entidades a respeito do "assédio judicial" aos jornalistas daquele Estado: Absurdo 1 - O senador José Sarney Durante a campanha eleitoral do ano passado... (alertatotal.blogspot.com)

Carta Aberta à População
Blog do Waldyr Silva

ABSURDO 1: O SENADOR JOSÉ SARNEY Durante a campanha eleitoral do ano passado, a jornalista Alcinéa Cavalcante publicou no ... (blogdowaldyr.blogspot.com)

Em defesa da democracia e da liberdade de...
André Wernner
O texto abaixo é uma nota do Sindicato dos Jornalistas do Amapá em apoio à jornalista Alcinéa Cavalcante, que está sendo processada pelo senador José Sarney e pelo desembargador Honildo Amaral (do Tribunal de Justiça do AMAPÁ), por injúria, calúnia e difamação... (andrewernner.blogspot.com)

Justiça amapaense quer calar jornalistas
Pelos Corredores do Planalto
O texto abaixo é uma nota do Sindicato dos Jornalistas do Amapá em apoio à jornalista Alcinéa Cavalcante, que está sendo processada pelo senador José Sarney e pelo desembargador Honildo Amaral (do Tribunal de Justiça do Amapá), por injúria, calúnia e difamação... (blogdovalmutran.blogspot.com)

ANTÍDOTO

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje a Operação Antídoto II, em Macapá. A ação desmantela o esquema de roubo e desvio de recursos dos SUS.
É a continuação da Operação Antídoto, realizada quinta-feira da semana passada.
Hoje seis pessoas já foram presas, entre elas os ex-secretários de Estado da Saúde Wilton Tavares e Abelardo Vaz.
Detalhes daqui a pouco aqui no blog.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Tá no blog do Marcelo Tas:

"Censura no Amapá, de novo

Publico abaixo, carta aberta à população assinada por entidades amapaenses contra a contínua tentativa de calar os jornalistas daquele estado.
Lembram-se? Tudo começou com ele, o "beletrista" José Sarney, que conseguiu tirar do ar blogs que criticavam a sua candidatura ao Senado pelo Amapá (ué, mas ele não é do Maranhão?). A coisa continua tenebrosa por lá. É importante que todos nós, amantes da livre expressão nos manifestemos. Não é possível, que no meio dessa bandalheira institucionalizada que vivemos, ainda tentem cassar o nosso direito de indignação.
Desculpem, mas vou ter que tirar do fundo do baú uma frase necessária: Abaixo a censura! ..."

Leia também:
sindicatos lançam nota pedindo liberdade de imprensa

Censura institucionalizada ainda acontece no Amapá

Por uma imprensa livre e isenta

Em defesa da democracia e da liberdade de expressão

Querem calar os jornalistas amapaenses

Justiça amapaense quer calar jornalistas

sábado, 24 de março de 2007

Tá na mídia

No site do jornalista Cláudio Humberto:
24/03/2007 12:04
AP: liberdade de expressão ameaçada
Em carta aberta à população, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amapá (Sindjor), Volney Oliveira, pede apoio à luta em defesa de Alcinéa, a jornalista que sofre perseguição e cerceamento de liberdade de expressão por revelar os podres dos poderosos locais. Várias entidades representativas da sociedade amapaense apóiam essa luta. Leia aqui.

No blog do jornalista Ricardo Noblat
24.3.2007
12h29m

Querem calar os jornalistas do Amapá
Abaixo, a "Carta Aberta à População" assinada pelo Sindicato dos Jornalistas do Amapá e outras entidades a respeito do "assédio judicial" aos jornalistas daquele Estado:
"Absurdo 1 - O senador José Sarney
Durante a campanha eleitoral do ano passado, a jornalista Alcinéa ... (Leia mais)

No site Imprensando:
EM DEFESA DA INFORMAÇÃO...
24/03/2007 às 09:01
Recebi o texto abaixo de Volney Oliveira, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amapá e o publico como forma de hipotecar meu apoio total e irrestrito a
Alcinéa Cavalcante, jornalista e companheira de blogosfera...
Leia mais

No blog Bomfinado:
Sábado, Março 24, 2007
Na lei do "cão"



Processos, indiciamentos, censura, mordaça..... (Leia mais)

Leia também em:
O momento da notícia

Movimento Evolução

Com tanta patifaria, ladroagem, corrupção, fraude, lavagem de dinheiro, quadrilheiros, nepotismo cruzado, enriquecimento ilícito, gente morrendo nos hospitais públicos de Macapá por falta de remédios porque os patifes roubaram mais de R$ 20 milhões da Saúde (e nesses esquemas têm apadrinhados do grupo de Sarney), um delegado da Polícia Federal resolveu me indiciar porque um leitor disse no meu blog que "Sarney fede" e o desembargador Honildo Amaral de Mello Castro me processa e exige uma indenização de 500 salários-mínimos.

23/03: Amapá: les syndicat des journalistes dénonce les pressions et la censure

Já está na mídia internacional

Do site brasilyane.com:
"Une lettre ouverte du Syndicat des Journalistes dénonçant la censure dont sont victimes certains journalistes de l'Amapá, dont la journaliste Alcinea Cavalcante qui collabore régulièrement à Brasilyane.
Y sont dénoncées les pressions exercées par le sénateur réélu José Sarney lors des dernières élections, et du magistrat Honildo Amaral, mécontent que l'on fasse savoir qu'il construit un immeuble de grand luxe à Macapá, avec des moyens manifestement hors de proportions avec son salaire officiel.
Il est rappelé qu'Alcinéa a été condamnée à de très lourdes amendes (plus dune centaine de milliers de Reais!) pour des choses tout à fait discutables, notamment la réaction d'un internaute sur son blog! Il en a été de même pour le journaliste Correa Neto, rédacteur du site du même nom. Ce sont tous deux des journalistes professionnels respectés (Alcinéa collabore régulièrement à l'Estadão de São Paulo), soutenus par Reporters sans Frontières.
Au Brésil, la démocratie a bien du mal à franchir l'Amazone, parfois."


Para ler a matéria completa clique aqui

Carta aberta à população

Processos, indiciamentos, censura, mordaça.....
Querem calar os jornalistas amapaenses

Carta Aberta à População

ABSURDO 1: O SENADOR JOSÉ SARNEY
Durante a campanha eleitoral do ano passado, a jornalista Alcinéa Cavalcante publicou no blog alcinea.zip.net, um dos mais acessados no Amapá, uma nota sobre José Sarney, que concorria a um novo mandato de senador pelo Estado. Um internauta acessou o blog e deixou um comentário afirmando que José Sarney fede, fede muito. Que fique bem claro: o comentário foi lançado por um internauta, um leitor, não pela jornalista. Mesmo assim, o blog foi censurado e retirado do ar pelo provedor, no caso a UOL. Como se não bastasse, Alcinéa Cavalcante foi indiciada pela Polícia Federal e está respondendo a processo por injúria, calúnia e difamação.


ABSURDO 2: O DESEMBARGADOR HONILDO AMARAL
Censurada e vendo a sua liberdade de expressão cerceada, Alcinea Cavalcante lançou um novo blog, o alcineacavalcante.blogspot.com. Operando no novo endereço virtual, a jornalista ousou publicar a fotografia de um prédio que está sendo construído (suntuoso para os padrões amapaenses) pelo desembargador Honildo Amaral de Mello e Castro no centro de Macapá, mais precisamente na esquina da rua São José com a avenida Coriolano Jucá. O jornalista Correa Neto, outro profissional dos mais respeitados da imprensa amapaense, reproduziu a fotografia em seu blog ( correaneto.com.br) e fez alguns comentários a respeito da grandiosidade do prédio em questão, argumentando que os recursos investidos na construção são incompatíveis com os ganhos do desembargador Honildo Amaral. Detalhe: o nome do proprietário está estampado, para que todos leiam, na placa da construção. Sentindo-se ofendido, o desembargador decidiu processar Correa Neto e Alcinéa Cavalcante por injúria, calúnia e difamação.

OS DONOS DO PODER QUEREM CALAR OS JORNALISTAS
Ações judiciais desta natureza (entendemos como assédio judicial) confirmam que a situação está ficando insustentável para os jornalistas amapaenses. Tudo indica que os donos do poder estão decididos a estabelecer uma indústria da indenização, firmada em perseguições e represálias a jornalistas. Não se pode mais denunciar ou noticiar nada. O profissional que ousar cumprir o seu papel de jornalista está sujeito a ser processado. É um absurdo o que está acontecendo. É cerceamento da liberdade de pensamento e expressão, coisa que não se vê no restante do país – um prejuízo ao estado democrático e de direito, diriam senadores e desembargadores comprometidos com a democracia.
A situação é greve e causará sérios danos aos profissionais de imprensa - e o pior deles é a intimidação. Vamos acionar o Congresso Nacional, o Tribunal Superior Eleitoral, o Conselho Nacional de Justiça e, se preciso for, a Anistia Internacional, para garantir a liberdade de imprensa e o direito da sociedade à informação. Processar Alcinéa Cavalcante e qualquer outro jornalista é pisar na história da imprensa do Amapá, uma história que independe de desembargadores e de senadores importados.

Assinam
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amapá
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Pará
Federação Nacional dos Jornalistas
Sindicato dos Servidores Públicos Federais
Sindicato dos Bancários Pará/Amapá
Sindicato dos Urbanitários
Conlutas
Associação dos Moradores do Jardim Felicidade I
Associação de Mulheres Empreendedoras
Associação Amapaense de Escritores
Articulação de Mulheres

quinta-feira, 22 de março de 2007

QUEM É QUEM NO ESQUEMA

BRAZ JOSAFÁ – maior articulador, lobista, tinha informações privilegiadas e passava para os empresários do esquema os preços das empresas que não faziam parte do esquema. Com isso, o quinteto colocava preços mais baixos e ganhava todas as licitações.

FRANK GÓES – agiota, articulador, sustentava financeiramente o esquema quando faltava dinheiro para pagar a propina dos funcionários públicos. Emprestava o dinheiro a juro para o grupo. A PF apreendeu em sua casa uma soma altíssima de dinheiro.

MARLON – contabilista e lobista do esquema.

ÉRIKA – funcionária pública, bioquímica, atestava que todos os medicamentos tinham sido entregues. Em sua casa a PF apreendeu R$ 60 mil.

FERDINANDO – sócio da Ital Service, lobista, pagava propina aos funcionários públicos.

IVERLY, IVANI E IVANA – funcionárias da Secretaria de Saúde, aceleravam o pagamento das empresas.

GREGÓRIO – chefe de gabinete da Secretaria da Saúde autorizava os pagamentos. Sobre ele o delegado-PF Jessé Coelho de Almeida disse que tudo indica que ele tem muito mais poder dentro da Secretaria de Saúde do que o titular da pasta.

EMPRESÁRIOS: Antônio José, Nivaldo Aranha, Ornely Rodrigues, Aparício Aires, Haroldo Feitosa e Jânio Damasceno.

Rui Lima, Guaracy Farias, Francisco Aragão e Stênio Lobato – funcionários públicos, recebiam propinas, levavam instruções para os empresários e para o chefe de gabinete da Secretaria de Saúde, ajudavam a agilizar pagamentos.

PF libera "piabinha"

Dos 19 presos, apenas Stênio Lobato foi liberado após prestar depoimento. Considerado a “piabinha” do grupo - sua participação era mínima no esquema - a PF entendeu que não havia necessidade de deixá-lo preso.

LISTÃO FINAL

A Polícia Federal já cumpriu os 19 mandados de prisão expedidos. Alguns dos presos estão na carceragem da PF, outros já foram encaminhados para a penitenciária estadual.
Os 19 presos pela Operação Antídoto, são:
01 - José Gregório Ribeiro de Farias (Chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Saúde. Indicado para o cargo pelo PMDB)
02 - Rui Deodato Gonçalves de Lima (Funcionário da Secretaria de Estado da Administração)
03 - Iverly Baía dos Santos
04 – Ivani da Silva Pinheiro (Assistente social)
05 – Stênio Franklin Lobato
06 – Ferdinando do Socorro da Silva Rosa
07 – Antônio José Rodrigues da Silva
08 – Marlon Costa Borges (Dono da boate Planetário)
09 – Érika Oliveira de Souza
10 – Ivana Maria da Silva (presa em Tartarugalzinho-AP)
11 – Braz Martial Josafá (Auditor licenciado da Receita Federal)
12 – Frank Roberto Góes da Silva (sobrinho do governador Waldez Góes)
13 - Guaracy Campos Farias
14 - Nivaldo Aranha da Silva (dono da Farmácia e Distribuidora Globo)
15 - Ornely Rodrigues
16 - Aparício Aires Couto Junior (preso em Belém-PA)
17 - Haroldo da Silva Feitosa (preso em Belém-PA)
18 - Jânio Sérgio do Amaral Damasceno (preso em Altamira-PA)
19 - Francisco Armando Alvino de Aragão.

MAIS PRESOS

A PF liberou agora a lista dos últimos presos pela Operação Antídoto.
São eles:
Guaracy Campos Farias
Nivaldo Aranha da Silva (dono da Farmácia e Distribuidora Globo)
Ornely Rodrigues (sócio da Ital Service)
Aparício Aires Couto Junior (preso em Belém-PA)
Haroldo da Silva Feitosa (preso em Belém-PA)
Jânio Sérgio do Amaral Damasceno (preso em Altamira-PA)
Francisco Armando Alvino de Aragão.

Era só o que faltava!

Do blog Repiquete, da jornalista Alcilene Cavalcante
"Veja essa
O advogado Cícero Bordalo Junior, contratado pelo dono da Distribuidora Globo que está com mandado de prisão pela Operação Antídoto, disse ao Programa Luis Melo que seu cliente não está foragido. E que por não concordar com a forma como a PF realiza essas prisões, só irá se apresentar quando acabar o “show das prisões”.
É preso escolhendo como quer ser preso.
O advogado apanhou “pra caramba” de ouvintes que ligaram para o programa, indignados com essa declaração."

Os crimes - Operação Antídoto

Os envolvidos no esquema de desvio de dinheiro da saúde pública responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva, fraudes em licitação, tráfico de influência, inserção de dados falsos em sistema de informação público, usura, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Camburão, algema e sirene - Operação Antídoto

Cinco carros importados, uma moto, computadores, agendas e cofres foram apreendidos pela PF na casa do empresário Frank Góes.
Considerado um dos chefes da quadrilha, o empresário foi levado algemado para a sede da PF num camburão, com sirene ligada.
O mesmo tratamento foi dispensado a Braz Martial Josafá, também considerado pela Polícia Federal como um dos cabeças do esquema.

Operação antídoto - Os presos

Até agora doze pessoas já foram presas em Macapá.
São elas:
01 - José Gregório Ribeiro de Farias
02 - Rui Deodato Gonçalves de Lima
03 - Iverly Baía dos Santos
04 – Ivani da Silva Pinheiro
05 – Stênio Franklin Lobato
06 – Ferdinando do Socorro da Silva Rosa
07 – Antônio José Rodrigues da Silva
08 – Marlon Costa Borges
09 – Érika Oliveira de Souza
10 – Ivana Maria da Silva
11 – Braz Martial Josafá
12 – Frank Roberto Góes da Silva

Operação antídoto

A Polícia Federal vai divulgar daqui a pouco o listão dos acusados de roubar dinheiro da saúde pública.
Acompanhe aqui no blog.

Enquanto a quadrilha desviava dinheiro da saúde, muita gente morreu por falta de medicamentos nos hospitais públicos do Amapá, principalmente na capital Macapá.

PF DESMONTA QUADRILHA QUE DESVIAVA RECURSOS DA SAÚDE

A Polícia Federal desmantelou hoje em Macapá uma quadrilha que surrupiou cerca de R$ 17 milhões, que deveriam ser usados para comprar medicamentos para os hospitais da rede pública.
Dezenove mandados de prisão e trinta de busca e apreensão foram expedidos. Entre os presos estão Braz Martial Josafá, auditor licenciado da Receita Federal, e o empresário Frank Góes, primo do governador Waldez Góes.
Segundo a Polícia Federal o esquema de fraudes consistia na participação de cinco empresas em licitações para a aquisição de remédios, concorrendo com preços muito abaixo dos praticados no mercado. Venciam o processo licitatório, mas deixaram de entregar grande parte da mercadoria. “Em alguns casos somente cerca de 60% era entregue, mas funcionários públicos participantes do esquema atestavam que 100% dos medicamentos haviam sido entregues”, disse o assessor de comunicação de PF-Amapá, Dacildo Gama. Os pagamentos eram acelerados pelos agentes públicos.
As fraudes vinham sendo praticadas desde 2003, mas só em março do ano passado a Polícia Federal deu início às investigações, com base em denúncia de um dos envolvidos no esquema.
A operação – que recebeu o nome de “Antídoto” – mobilizou 139 policiais federais.
“A denominação da operação se deve a comparação com o esquema que seria o veneno contra a saúde e ação policial o antídoto, ou seja, o contraveneneno da ação criminosa”, explica Docildo Gama.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Pra se vingar...

daquele político ladrão, corrupto, mensaleiro, faça um vodu com a cara dele e espete seu bolso várias vezes por dia.

"A mais bela de todas as certezas
é quando os fracos e desencorajados
levantam suas cabeças
e deixam de crer
na força dos seus opressores"
(Brecht)

Descaso

Um dos cartões postais mais belos da região norte e um dos pontos turísticos mais visitados do Amapá - o Museu Sacaca - está abandonado.
Suas belezas e parte da história amapaense estão cobertas pelo mato.

Cheirinho ruim

Tenha muito cuidado quando for usar o verbo feder.
Tem fedorento que considera injúria, calúnia e difamação e vai se queixar ao juiz, papa, delegado, vizinho... e se o delegado não tiver um cheirinho bom, a coisa pode feder pro seu lado.

ISSO PODE?

Tá no site do Corrêa Neto:
"Nepotismo cruzado.
FLAVIUS AQUINO DE MELLO CASTRO: filho do desembargador Honildo Amaral de Mello Castro, trabalhava no Tribunal de Justiça do Amapá como chefe de gabinete do pai. Foi exonerado a partir de 13/2/2006 (portaria número 00237/2006-GP, DOE 3715 de 2/3/2006, p.34).
Foi nomeado para exercer cargo em comissão de chefe de gabinete do conselheiro Regildo Salomão no Tribunal de Contas do Amapá a partir de 13/2/2006, (portaria número 048/2006-TCE, DOE 3715 de 2/3/2006, p.21)
MARIA APARECIDA SANTOS SALOMÃO: esposa do conselheiro Regildo Salomão, trabalhava no Tribunal de Contas do Amapá, como assessora especial do marido, foi exonerada a partir de 28/02/2006 (portaria número 047/2006-TCE, DOE 3715 de 02/03/2006,p. 21).
Foi nomeada para exercer cargo em comissão de chefe de gabinete do desembargador Honildo Amaral de Mello Castro, a partir de 14/02/2006 (portaria número 00339/2006-GP, DOE 3722 de 13/03/2006, p. 21). Amanhã tem mais."
(Comentário meu: O Honildo está processando eu e o Correa Neto porque publicamos uma foto de um prédio que ele está construindo em área nobre da cidade. Será que vai nos processar também por causa dessa informação?)

Show marca 30 anos da carreira de Oneide Bastos

Por Renivaldo Costa
Uma das maiores vozes da Amazônia completa esta semana 30 anos de carreira. Oneide Bastos também tem o mérito de ser matriarca de uma família de artistas de talento reconhecido dentro e fora do Estado como a cantora Patrícia Bastos, o músico Paulinho Bastos e a bailarina Geandra. Aliás, são Paulinho e Patrícia quem assinam a direção musical e executiva do show "Meu canto", que acontece sexta-feira, 23, no Teatro das Bacabeiras e que marca três décadas de trajetória musical.

O show reúne músicas de um repertório erudito, popular e canções da Amazônia. A proposta é resgatar a obra de grandes cancioneiros e trovadores de várias partes do Brasil, com foco para a Amazônia. Além disso, Oneide vai interpretar músicas de sua autoria.
De acordo com Patrícia Bastos, que junto com Luciano Santos, é responsável pela direção executiva do show, Oneide vai apresentar uma fusão de ritmos, numa linguagem universalizada.
Quem for ao Teatro das Bacabeiras terá a oportunidade de ouvir na belíssima voz desta grande intérprete amapaense canções que marcaram o início da história da música popular brasileira como "Flor amorosa", "Uirapurui" (de Waldemar Henrique), "Tango para Tereza", "Boi de Rua", "Dove" (música composta em italiano por Oneide Bastos e Agessandro Rego), "Não chores por mim, Argentina", além de muitas outras canções que farão parte do show.

Trajetória – Oneide Bastos iniciou sua brilhante carreira musical em 1977 e até 1982 teve participação no grupo musical SEONO. Ao longo deste período, participou de inúmeros musicais e emprestou sua voz a vários corais, como o "Vozes do Amapá", onde atuou como soprano e solista.
Em 1989 fez turnê pela Guiana Francesa. Inicialmente a proposta era realizar oito apresentações, mas diante do sucesso dos shows, Oneide permaneceu por bem mais tempo em território francês. Além disso, todos os anos, desde 1990, Oneide Bastos é convidada especial do governo do Amapá para representar a mulher amapaense no Dia Internacional da Mulher, em show que já faz parte do calendário artístico-cultural do Estado.
Em 1992, parte para seu primeiro ensaio musical, ainda em LP, intitulado "Tempero Regional", gravado com cantores paraenses. Em 1994, surge seu primeiro disco, "Mururé", gravado inicialmente em LP e depois prensado numa edição em CD. O disco recebeu inúmeros prêmios e elogios do público e da crítica, tendo merecido até um poema do escritor e poeta Luiz Alberto Costa Guedes, da Academia Amapaense de Letras.
Em 1996 participou do 1º Especial de Música Popular da Amazônia, produzido pela Amazon Sat e Amapá FM. Em 1997, teve participação especial no show "As mulheres cantam o Amapá", idealizado pelo produtor Luciano Santos.
Oneide Bastos também foi intérprete dos grupos Trio da Terra, Sonora Brasil e do Projeto Água. Entre 1991 e 2002, foi uma das protagonistas do musical "Meu último tango", onde contracenou com o bailarino Agessandro Rego.
Em 2001, com o espetáculo "O show", resgata e valoriza a música brasileira produzida entre 1930 e 2000. Neste mesmo ano, volta a Guiana Francesa com o projeto "Vem ver a cara do Amapá", produzido em parceria com Luciano Santos. Em 2004 participou como protagonista do musical "O Jardim", produzido por Paulo Bastos.
Atualmente a cantora Oneide Bastos está em fase de conclusão da obra "Cantamazônia", seu segundo CD, onde reúne um pouco de sua vivência e seu amor pela região amazônica. Paralelamente ao CD, Oneide prepara o lançamento de suas primeiras obras literárias, "Memórias" e "Resgate".
FICHA TÉCNICA
Show "Meu Canto", de Oneide Bastos
Local: Teatro das Bacabeiras
Data: 23 de março, sexta-feira
Direção musical: Paulo Bastos
Direção executiva: Patrícia Bastos e Luciano Santos
Direção artística: Patrícia Bastos e Alba Maria
Figurino: Alba Maria
Músicos: Paulo Bastos (teclado), Cristiane (clarinete/sax), Gorethe Bastos (vocal), Ismael (percussão), Zico (baixo) e Chico do Cavaco (violão e cavaquinho). Hold: Banana
Bailarinos: Geandra Bastos, Agessandro Rego, Márcio e Nega.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Meu afilhado, meu colega


Conto pra vocês que fiquei emocionada ao assistir a solenidade de colação de grau deste jovem, esta semana no Teatro das Bacabeiras.
Emocionada e orgulhosa, pois tenho por ele um grande amor.
Marcos Fabrício é meu afilhado, menino que tantas vezes carreguei no colo, algumas embalei na rede e outras contei historinhas. Sua mãe é minha amiga de infância e sua avó e minha mãe eram vizinhas, comadres e amigas.
Marcos Fabrício colou grau em jornalismo. Agora, além de afilhado, é meu colega.
Sucesso, meu querido!


Com a namorada, a avó e a mãe



Na Aula da Saudade, com o mestre Carlos Magno

quinta-feira, 15 de março de 2007

MPF acusa empresa de Eike Batista de destruir sítio arqueológico

Da Folha do Amapá Online

"O Ministério Público Federal (MPF) no Amapá decidiu instaurar inquérito civil público e a autuação das peças de informação, para acompanhar o processo de instalação da sociedade MMX Amapá Mineração Ltda. de propriedade do empresário Eike Batista.

Segundo a portaria de instauração do inquérito a empresa seria responsável pela destruição parcial de um sítio arqueológico durante o processo de instalação da mina no município de Pedra Branca do Amapari. A MMX também estaria se utilizando gratuitamente da madeira extraída da Floresta Amazônica, sem a apresentação de contrapartida específica para tanto.

A empresa de Eike Batista estaria extraindo madeira em área pertencente à União e a destruição de quase 40% de um sítio arqueológico existente na localidade teria sido detectada através de laudo elaborado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O Ministério Público requer ainda à MMX o envio de cópia do Eia/Rima, que o Incra informe a área de instalação da mina pertencente a União e ao Ibama que realize inspeção na área a fim de medir o volume de floresta abatida.

A portaria de instauração do inquérito está publicada no Diário de Justiça do dia 9 de março e é assinada pelos procuradores federais Fernando José Aguiar e Rodrigo Luiz Berbardo Santos.

No Amapá o empresário Eike Batista tem como principal aliado o senador José Sarney (PMDB). Recentemente o senador defendeu junto ao presidente Lula um pedido para que o presidente da Bolívia, Evo Morales, libere os equipamentos de uma siderúrgica presos naquele país. O governo da boliviano suspendeu a instalação da empresa em razão dos danos ambientais que seriam gerados. Segundo a imprensa nacional a empresa siderúrgica de Eike Batista viria para o Amapá com o apoio do senador."

Alô, Alô Amazônia

A grande pedida para amanhã, sexta-feira, é o lançamento em Macapá do filme “Alô, Alô Amazônia”, vencedor da terceira edição do DocTV.

Dirigido por Gavin Andrews – um canadense que mora há vários anos no Amapá – o filme conta histórias curiosas dos ribeirinhos amapaenses, gente que mora em localidades de difícil acesso e que se vale do programa “Alô Alô Amazônia” – que há décadas é transmitidp pela Rádio Difusora de Macapá – para receber e enviar mensagens, pedir “numerário” aos familiares que estão na cidade, convidar para festas onde quem bagunçar paga toda a despesa, noticiar falecimentos, casamentos e nascimentos e tantos outros assuntos.

A festa de lançamento está marcada para as 19h30, no Teatro das Bacabeiras, e terá a presença do diretor Gavin Andrews.

Na semana que vem o filme será exibido nas salas de cinema do Sesc e do Museu Sacaca.

É mole ou quer mais?

Do blog Repiquete

"O secretário de Segurança Pública do Amapá, Abel Nascimento, reclamou em reunião com equipe da segurança, que o Ministério Público e o Batalhão Ambiental da PM, estão realizando ações de combate ao crime ambiental “para desgastar o governo”.
Não entendi bem o posicionamento do secretário Abel.
O combate ao crime ambiental desgasta o governo?
Por que será?"

terça-feira, 13 de março de 2007

Cuidado com o Marrone!

Se você encontrar o Marrone dirigindo por aí, fuja!
A CNH dele não é séria

No carnaval, enquanto quase todo mundo caía na folia, o Ministério Público do Estado do Amapá descobria que o Departamento de Trânsito do Amapá estava fazendo um carnaval de CNHs.
Mais de 50 carteiras de motorista foram expedidas para pessoas que moram em Goiás e que, provavelmente, nunca botaram os pés por essas bandas.
No prontuário de 35 delas, o endereço é o mesmo: Rua Salvador Diniz, 685-B, Central Santana. Neste endereço funciona a auto escola Líder.
Entre as 35 pessoas que "moram" nessa auto-escola estão José Roberto Ferreira, o Marrone da dupla sertaneja Bruno e Marrone, e a irmã de Bruno, Ana Paula Félix de Miranda.
Marrone mudou a categoria de sua habilitação para "D" e Ana Paula obteve sua primeira CNH.
Com dificuldades para abrir a caixa preta do Detran, o Ministério Público Estadual pediu o apoio da Justiça Federal e hoje, às 10h, o promotor estadual Elder Abreu e o juiz federal João Bosco vão exigir que seja feita uma auditoria no Detran para checar todas as carteiras expedidas desde 2002.
Esta não é a primeira vez que a auto-escola Líder se envolve em irregularidades. Por falsificar laudos de avaliação psicológica, a Líder teve seu credenciamento suspenso pela 4a Vara Cível de Macapá a pedido do Ministério Público. Mas recorreu e foi autorizada a voltar a funcionar por decisão do Tribunal de Justiça.

BARBEIROS - Macapá, há alguns anos, foi notícia nacional por ser considerada a cidade onde se faz mais barbeiragem no trânsito.
E a cada dia aumenta o número de barbeiros e de acidentes. Só no último final de semana foram registrados 136 acidentes de trânsito. Duas pessoas morreram.

VIOLÊNCIA - Dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, divulgados ontem, mostram que Macapá está entre as cidades mais violentas do país.
Ocupa a 28a posição.
Grande parte das mortes violentas registradas em Macapá são no trânsito.

Amazônia

Vai lá e assina também.

domingo, 11 de março de 2007

POR ISTO HOUVE SILÊNCIO
Alcy Araújo Cavalcante

O homem havia sido feito assim: bom, humilde, terno para viver dentro de um mundo cheio de revolta. E o mundo foi angustiando o homem, rasurando a sua ternura, arranhando a sua bondade. Por isto que o homem, vítima de muitos desencantos, começou a fazer o que não devia, a andar de cabelos ao vento, telefonar, freqüentar o cais.

A cada sofrimento, o homem fazia mais uma tolice e magoava o seu Anjo. E o Anjo, pobre Anjo aflito, chorava lágrimas imensas, que cresciam em seus olhos como pássaros de luz.

Daí então o Anjo não pôde ter mais um minuto de distração. Mal ele se distraía e lá ia o homem por aí, pés descalços, braços nus em direção ao seu desconhecido, pisando espinhos que nasciam das rosas vermelhas.

Mesmo assim o homem sabia que não estava só, como naquele começo de tarde em que teve vontade de comprar uma bicicleta azul e um cavaquinho. Sabia também que não estava só como naquele poema em que o amor morria por falta de azul e os pássaros brancos deixaram de nascer.

E por ser assim o homem falou ao Anjo que a felicidade existia. Apenas estava além das lágrimas contemporâneas, colocada depois da dor, na continuidade da espera, na renovação de todas as esperanças.

E falou isto quando as estrelas gotejavam silêncio dentro da noite. A música se enovelava no coração e o poema era uma oração nascente.

Então o Anjo pegou o homem pela mão e caminharam em direção ao mar. Foi quando Deus sorriu e achou que o que tinha feito era bom. E descansou, porque era chegado o sétimo dia e na distância Anjo e homem se integravam no azul do mar. Por isto houve um grande silêncio no coração das coisas...


Alcy Araújo Cavalcante, poeta, jornalista e escritor, nasceu no Pará em 7 de janeiro de 1924 e morreu no Amapá em 22 de abril de 1989. Fundou jornais, revistas, clubes de arte. Figura na Antologia Modernos Poetas do Amapá, na Grande Enciclopédia da Amazônia, na Brasil e Brasileiros de Hoje e na Enciclopédia Portuguesa Brasileira, entre outras. Publicou os livros Autogeografia, Poemas do Homem do Cais e Jardim Clonal. Ao morrer deixou mais de dez obras inéditas, entre elas o romance Terra Molhada e o livro de crônicas Ave Ternura.

sexta-feira, 9 de março de 2007

PF desmantela quadrilha de ecstasy

A Polícia Federal prendeu agora há pouco em Macapá André Amoras Miccione, empresário, 23 anos, acusado de tráfico de ecstasy. Com a prisão de André, a PF considera encerradas as investigações acerca da apreensão de 170 comprimidos de ecstasy, realizada dia 2 deste mês.
Os comprimidos estavam em poder de Janaína de Melo Veiga, universitária, 24 anos, detentora de cargo de confiança na Secretaria de Estado da Administração (Sead).
Ao receber uma denúncia dando conta de que a droga estava chegando em Macapá via Sedex, policiais federais fizeram campana na agência central dos Correios para flagrar o destinatário. Para surpresa deles se tratava de um mulher. Quando a mulher pegou o pacote, os policiais a abordaram, exigiram que ele fosse aberto e constataram se tratar da droga. Janaína foi presa em flagrante.
A partir da prisão de Janaína e de seu depoimento, a PF descobriu que a droga vinha de Belém do Pará e era enviada por Carlos Eduardo de Jesus Caetano Costa, 28 anos, considerado o principal fornecedor de esctasy para Macapá (AP). Carlos Eduardo foi preso quarta-feira à noite em Belém e recambiado ontem para Macapá.
Faltava descobrir quem seria o distribuidor da droga em Macapá, o que foi feito hoje à tarde. As investigações da PF concluíram que a droga era enviada a André Amoras Miccione, jovem empresário, proprietário da Casa do Pão de Queijo, no principal shopping da cidade.
Ao ser preso, André confirmou que negociava a droga com Carlos Eduardo.
De acordo com a PF, cada comprimido de esctasy seria vendido por R$ 40 em raves particulares promovidas em casas e sítios nas proximidades de Macapá.
Janaína - a primeira a ser presa - já está no presídio de Macapá.
Carlos Eduardo e André Miccione serão transferidos ainda hoje à noite da carceragem da PF para o presídio.

"Haverá ainda, no mundo, coisas tão simples e tão puras como
a água bebida na concha das mãos?"
(Mario Quintana)

O coronel eletrônico

A família do senador Gilvam Borges (PMDB-AP) está pleiteando nada menos que 152 emissoras de rádio e televisão, nos estados do Amapá, Pará, Tocantins e Maranhão.
A família Borges já detem no Amapá a concessão de uma emissora de televisão e de várias rádios na capital e no interior do Estado.
Detalhes no blog do Walter Junior

Açaí nosso de cada dia

“Todos nós, que nascemos, fomos criados ou vivemos no Amapá, na Amazônia Caribenha, somos, também, paraenses, por diversas razões: até 1943, o Amapá integrava o Pará; temos o falar semelhante, entremeado de tupi e chiando os ss; e a culinária amapaense é, claro, a mesmíssima dos paraenses – não pode faltar farinha d'água, nem peixe, nem açaí, nem um mundo de outras inumeráveis coisas das quais só mesmo sendo paraense-amapaense para entender.”

Trecho do artigo “Açaí nosso de cada dia”, do jornalista Ray Cunha. Leia o artigo completo aqui.

A ambulância sumiu

Uma ambulância da prefeitura de Pedra Branca do Amapari (AP) comprada com verbas da União, sumiu como num passe de mágica.
Esta informação é da Controladoria-Geral da União (CGU), que publicou esta semana relatório de fiscalização que fez em 60 municípios brasileiros.
Onze deles foram apanhados em algumas irregularidades na aquisição de ambulâncias.
MAIS - A CGU investigou também a compra de 34 aparelhos de ar-condicionado para o Centro de Estudos Profissionalizantes do Amapá, mas só encontrou 16 aparelhos. Os outros 18 também tomaram chá de sumiço.
A CGU vai denunciar os responsáveis pelas falcatruas ao Ministério Público Federal.
Só pra lembrar: Esse negócio de sumiço de veículos não é nenhuma novidade no Amapá. No final da década de 80 sumiu um caminhão, novinho em folha, do Corpo de Bombeiros. Ninguém foi punido.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Câmara dos Deputados homenageia mulher do Amapá
A missionária italiana Anna Maria Gallazzi recebeu, nesta quarta-feira, 7, na Câmara dos Deputados, em Brasília, o Diploma Carlota Pereira de Queirós. Pelo segundo ano consecutivo uma mulher do Amapá recebe o Diploma. Ano passado, a deputada Janete Capiberibe (PSB/AP) foi agraciada e neste ano indicou Anna Maria para que recebesse o prêmio pelos serviços de ação e mobilização social que realiza no Amapá há 30 anos. Elas são as únicas mulheres do Amapá já agraciadas com a honraria entregue anualmente.
A premiação foi instituída pela Câmara dos Deputados, em 2003, para comemorar o Dia Internacional da Mulher e é entregue àquelas cujo trabalho contribui para o pleno exercício da cidadania, a defesa dos direitos da mulher e as questões do gênero. (Leia mais)

CARTA AO “MR. BUSH”
* Randolfe Rodrigues

Mr. George Bush,

Soube da visita de V. Exa. ao nosso país no dia de hoje. A educação e as boas maneiras que aprendi, ensinadas pelos meus pais, indicam-me que qualquer visitante deve ser recebido com cordialidade, carinho e mensagens de boas vindas. Entretanto, “Mr. President”, acho que no caso de V. Exa., serei obrigado a descumprir os mandamentos dos meus antecedentes. Porém, é claro que uma descortesia como esta deve merecer uma explicação de minha parte:

V. Exa., foi responsável pela invasão do Iraque e do Afeganistão. Mentiu para o mundo e para o seu próprio povo; cometeu crimes de guerra, e lançou o poderio de destruição em massa da maior potência bélica do planeta contra mulheres e crianças;

V. Exa. violou a convenção de genebra e todos os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, criando campos de concentração e instaurando a tortura e o assassinato de prisioneiros - práticas semelhantes ás dos nazistas. A propósito, V. Exa. já percebeu quantas semelhanças têm com um outro líder mundial conhecido como Hitler;

V. Exa. trata a América Latina da pior forma: busca subordinar a dignidade de nossos povos aos interesses das corporações norte-americanas e ameaça a soberania de estados nacionais que desafiam a sua política. As mãos de alguns de seus antecessores estão cheias de sangue de latino-americanos. Esta forma de compreender a América como seu quintal foi responsável pela instalação de ditaduras sanguinárias nos anos 60 e 70 que destruíram democracias estáveis. Nós, no Brasil, sofremos com um destes golpes e amargamos a perda de irmãos nossos nos cárceres do arbítrio e com a implantação de um modelo econômico que foi responsável pela abissal concentração de renda que temos;

V. Exa. está destruindo o nosso lar, o planeta terra! Recusou-se a assinar o protocolo de Kioto. Sua política imperialista de saquear e poluir os recursos naturais está levando o mundo ao aquecimento global. A continuar com esta política o destino de nós humanos será o mesmo dos dinossauros. A diferença é que esses não foram responsáveis por sua auto-destruição;

Um dos motivos da visita de V. Exa. ao Brasil é o de livrar-se da dependência que os Estados Unidos têm do petróleo venezuelano. Para tanto, propõem-nos um acordo para que o capital americano controle usinas em nosso país. Por esse acordo, seriam instaladas 100 novas usinas até 2012 com a participação de capital estadunidense. Isto terá sérias conseqüências para o nosso meio-ambiente e para o modelo agrícola brasileiro; isso nos trará mais concentração da propriedade da terra, mais desemprego e mais êxodo rural;

A visita de V. Exa. coincide com o Dia Internacional da Mulher. Imagine “Mr. President”, o quanto sofrem as mulheres iraquianas e afegãs com a morte diária de filhos seus assassinados pelo exército de ocupação americano;

Portanto, Mr. Bush, lamento saber que o governo de meu país lhe receberá com bajulação e subordinação. De minha parte, só tenho a lhe dizer que descumprindo os ensinamentos das boas maneiras, não tenho motivos para lhe desejar boas vindas. E tenho esperança que o povo brasileiro saiba resistir aos protocolos de terror que aqui o Sr. vier a firmar com seu amigo, o Mr. Lula.

* Randolfe Rodrigues é professor, historiador, especialista em políticas públicas pela Fundação Getúlio Vargas-FGV, e foi deputado estadual.

Tô voltando.
Daqui a pouco tem novidades aqui no blog.