terça-feira, 15 de julho de 2008

PF deflagra nova operação no Amapá

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje a Operação Akator para desmantalar um bando envolvido com a extração clandestina de ouro, do qual fazem parte funcionários do Departamento de Produção Mineral (DNPM), da Junta Comercial, empresários, geólogos e pesquisadores.
A investigação foi iniciada em junho de 2007, após o recebimento de uma denúncia de lavra clandestina e extração de ouro no distrito de Lourenço, município de Calçoene (AP).
A Polícia Federal verificou ao longo das diligências uma deliberada omissão do DNPM local no trato das questões atinentes à exploração de recursos minerais no Amapá.
“Com autorização judicial, a PF interceptou comunicações telefônicas de pessoas vinculadas à organização criminosa. Tal medida investigatória, aliada a provas testemunhais e documentais colhidas, acabou por apresentar um cenário criminoso com amplitude muito maior do que a imaginada quando da instauração do Inquérito Policial.”, informou a PF no Amapá.

A Polícia Federal descobriu que algumas empresas mineradoras se instalam no Amapá, apresentando relatórios forjados, que superestimam o potencial mineral da região, inclusive quanto à presença de ouro, buscando atrair investimentos de empresas estrangeiras. “Esses relatórios são aprovados irregularmente por alguns servidores corruptos do órgão responsável (DNPM), que patrocinam os interesses da empresa no órgão, mantendo a aparente legalidade da empresa e dotando as pesquisas de credibilidade”, diz a Polícia Federal através de nota.
Ainda segundo a PF algumas empresas estrangeiras, em seu próprio site na internet, chegam a veicular notícias sobre as regiões “pesquisadas”, tratando-as como novos eldorados, fazendo também referência ao aval dado pelo órgão responsável para a pesquisa.

Foram investigados empresários do ramo da mineração que se utilizavam da
complacência de servidores públicos federais para explorar indevidamente recursos minerais no Amapá.
Também foram investigados servidores públicos do DNPM e da JUCAP que
participavam decisivamente da organização criminosa, praticando condutas totalmente indevidas em troca de vantagens pessoais.
Estão sendo cumpridos 10 mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão


AKATOR - O nome da operação é uma alusão à palavra Maia que significa Eldorado, uma antiga lenda narrada pelos índios aos espanhóis na época da colonização das Américas que falava de uma cidade cujas construções seriam todas feitas de ouro maciço e cujos tesouros existiriam em quantidades inimagináveis.