sexta-feira, 4 de julho de 2008

Retrato em branco-e-preto

Professora Eurydice, seu marido Janjão e minha mãe Delzuite
na praia de Fazendinha em 1967

Naquela época ir a praia de Fazendinha exigia dias de planejamento. A estrada era de terra, nenhum ônibus fazia linha pra lá, não havia bares, lanchonetes, restaurantes, nada disso. Era o rio, os coqueiros, a areia morna e um barraco onde uma vez ou outra o governo fazia uma festa.
Então como ir pra lá? Como passar o dia ali?
A turma reunia e começava a planejar. Decidido que dia ir, o segundo passo era alugar um caminhão ou um ônibus pra levar e trazer toda a turma.
Mas passar o dia lá sem beber nada, sem comer nada nem pensar. Então caberia à mulherada cuidar da comida. Cada uma fazia um ou dois pratos, como feijoada, maniçoba, caruru e temperar uma carne para o churrasco. Os homens ficavam responsáveis pelo gelo, cerveja, refrigerante, água e carvão. A molecada ficava só contando os dias para o passeio.
Seis horas da manhã enchia-se o ônibus - ou caminhão - de tralhas e partia-se para um dia inesquecível.