terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Do jornal "a Gazeta":

Roberto Góes encontra mais de 60 prédios
alugados pela prefeitura de Macapá


A prefeitura de Macapá paga aluguel de mais de 60 prédios e desembolsa adicional noturno a todos os seus funcionários, independente do horário de trabalho de cada um. A informação foi dada ontem pelo prefeito Roberto Góes (PDT), em entrevista ao programa Tribuna da Cidade, da Rádio Cidade 101-FM.
Entrevistado pelos jornalistas Carlos Lobato, Paulo Silva e Humberto Moreira, Roberto Góes disse ainda não ter o valor gasto com o pagamento de aluguéis, mas o custo do adicional noturno é de R$ 600 mil mensais. “Acho muito grande o número de prédios alugados e já mandei fazer levantamento das reais necessidades. Quanto ao adicional noturno, quero saber quem tem realmente direito, pois pouca coisa funciona durante a noite”, explicou.
Quanto à dívida herdada do ex-prefeito João Henrique (PT), Roberto Góes disse que já supera os R$ 50 milhões, e ainda não são números finais. Ele encontrou nas contas correntes da prefeitura apenas R$ 18 mil, e tem folha de salário mensal de quase R$ 12 milhões. “Vamos dar um choque de gestão a partir de cortes nos gastos, com diminuição de cargos e uma nova reforma administrativa”, afirmou. A prefeitura tem 1.118 cargos em comissão, dois quais apenas 486, os chamados FG1, podem ser ocupados por servidores do quadro.
Das transferências constitucionais a que tem direito (FPM, ITR, IOF, LC 87/96, Cide e Fundeb) o município de Macapá recebeu no ano passado, até o mês de novembro, R$ 134.696.302,82 do governo federal. O repasse de novembro, até então o maior do ano, passou dos R$ 14 milhões. O menor repasse ocorreu em outubro, apenas R$ 7.950.736,99, conforme dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Roberto também autorizou levantamento da situação de três contratos que consomem grande valor de recursos da prefeitura. Um é o da coleta de lixo, que encerra este ano, o outro é o do aterro sanitário, com validade de 20 anos, deixado em aberto pelo ex-prefeito. Só para o aterro sanitário a prefeitura desembolsa R$ 200 mil por mês. O terceiro contrato fiscalizado será o dos vigilantes terceirizados. “Minha orientação é combater a corrupção e cortar os desperdícios”, garantiu.
O novo prefeito de Macapá afirmou que sua principal surpresa negativa foi o sucateamento da estrutura administrativa da prefeitura. Ele disse que o servidor não tem como produzir diante de situação tão deprimente de trabalho. “Tem um tubo de água no jardim vazando desde novembro. Não tem cadeira nem mesa para o servidor, e as poucas que encontramos são quase sucatas”, contou.
Roberto Góes revelou ter encontrado a prefeitura inadimplente com o governo federal, já tendo perdido neste começo de ano uma emenda de R$ 10 milhões para a revitalização do Mercado Central. A emenda era da deputada federal Lucenira Pimentel (PR), mulher do ex-prefeito.