Macapá, "enredo pouco fascinante"
Por Chico Bruno
O ritmo nas quadras das escolas de samba do Rio de Janeiro é frenético. As escolas estão na fase de escolha das composições que vão embalar os enredos no Sambódromo.
Algumas escolas estão fazendo duas disputas semanais para eleger o samba até o dia 15 de outubro, prazo final estabelecido pela Liesa.
A Beija-Flor, campeã deste ano, bateu todos os recordes de inscrições. Cerca de 90 sambas, que estão sendo apresentados na quadra de segunda a quinta-feira, foram inscritos para contar a história de Macapá e seus mitos.
A capital do Amapá patrocina o próximo desfile da azul-e-branca de Nilópolis.
- A primeira vista, o enredo pode parecer pouco fascinante, por isso fazemos pesquisas profundas para surpreender na Avenida - explica Bianca Vaz, responsável pela pesquisa da Beija-Flor e braço direito dos integrantes da Comissão de Carnaval.
- Teremos de falar um pouco sobre a cidade de Macapá por causa do patrocínio que o governo de lá está dando - conclui Bianca.
Pelo que apurei em Nilópolis, a Beija-Flor vai deixar frustados os macapaenses, pois a agremiação vai dar enfase ao fenômeno natural do equinócio e a uma espécie de beija-flor típica da região.
A cidade de Macapá será citada apenas "en passant".
Apurei, ainda, que a grana do patrocínio, cerca de R$ 5 milhões, virá dos cofres da Prefeitura de Macapá, do Governo do Estado e de gestões que estão sendo feitas com a Eletronorte.
Enquanto isso, Macapá em estado lastimável de manutenção envergonha seus moradores e visitantes, mas, infelizmente, os governantes investem essa grana toda para deleite próprio. O alcaide João Pororoca e o governador Talvez, ao invés de aplicar esses recursos num "enredo pouco fascinante", como afiança a Bianca Vaz, da Beija-Flor, deveriam restaurar a cidade.
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