terça-feira, 11 de setembro de 2007

MMX diz que vai usar avião para transportar mais de 6 milhões de toneladas de ferro

Deficiente, cheio de falhas graves e absurdos, rídiculo e risível,
assim é o estudo de impacto ambiental apresentado pela MMX
para explorar minério de ferro no Amapá


A MMX Amapá, mineradora do empresário Eike Batista, vai receber 580,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que significa quase 60% do investimento total da empresa para explorar minério de ferro no município de Pedra Branca do Amapari, aqui no Amapá.
De acordo com dados da MMX, a produção anual de minério de ferro em Pedra Branca será de 6,5 milhões de toneladas.
Até aí quase tudo bem. Mas a piada vem agora: as 6,5 milhões de toneladas de ferro serão transportadas de avião. Pelo menos é o que informa o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da MMX que chegou ao Ministério Público Federal.
Além deste absurdo, o MP detectou outros. O EIA é deficiente, apresenta falhas graves, é ridículo e cheio de absurdos, mesmo assim foi aprovado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). Das duas uma: ou não foi lido, muito menos analisado, ou foi aprovado sob pressão.

Segundo o Comitê Acorda Amapá, a Sema autorizou a instalação do empreendimento da MMX antes que fossem realizadas as audiências públicas, o que é ilegal, uma vez que a lei determina que as licenças só podem ser dadas após a realização de audiências públicas.

Agora, o Ministério Público Federal quer explicações da Sema e deve suspender o projeto da MMX até que novas audiências públicas sejam realizadas e um novo – e sério – estudo de impacto ambiental seja apresentado.

Espera-se que no novo EIA a MMX não diga que vai pedir emprestado o trenó do Papai Noel para transportar o minério.