segunda-feira, 7 de abril de 2008

Bom dia!

Vivo do ato de escrever
sobre tragédias e espetáculos
sobre o candidato vitorioso e o derrotado
sobre o deputado corrupto
e o governante que finge ser honesto
sobre a exportação da mandioca
e a importação da farinha
sobre a fome e a riqueza
sobre o real e o dólar.
Perdoa-me, Anjo,
não sobra tempo para escrever
um poema de amor.
(Alcinéa Cavalcante, do livro Estrela Azul)