Colunistas do blog
Ralhou bem, velho Dinho!
Manoel Bispo
Uma chuva daquelas despencou sobre a cidade, encharcando a noite que vinha vindo.
Mas o espetáculo aconteceu. No palco iluminado do Teatro das Bacabeiras mais uma vez o velho Dinho estava pronto para ralhar. Um pequeno público se fez presente, em virtude do fenômeno metereorológico supracitado.
E eu, lá, entre jovens, crianças e adultos humildemente ávido para receber, pela segunda vez, o Ralho. Dinho, o velho, seu terno branco, não sei se de linho, visivelmente amarrotado, e o bolso cheio de jornais, um execrável guarda-chuva na mão direita, batendo nervosamente na madeira do palco.
Enquanto distribuía os passos no ensaio de uma hipotética itinerância em torno da arte de representar, o velho lavra um protesto. Mal-humorado, às vezes, cômico acidentalmente, poético e filosófico por questão de birra ou vocação.
A platéia silenciou quando o silêncio se fazia imprescindível e riu às gargalhadas quando o personagem quando o personagem se fez cômico na tragicidade do ralho.
Interagiu com a platéia no intuito da sua prosopoética realista, se assim podemos rotular. Faz-se vítima de um sistema cruel, invisível, mas presente onde os direitos do idoso são subtraídos sem dó nem piedade. Exaspera-se. Acomoda-se. Ilustra com o gestual e as palavras situações conflitantes de negação dos direitos constitucionais de qualquer cidadão, seja ele idoso ou não.
Não cabe no alinhavado expresso de palavras aqui contido todo o brilho estilístico do texto, a interpretação comovente do ator e também poeta Dinho Araújo.
Aplausos para o ator, aplausos para os colaboradores, para a platéia-apesar-da-chuva e para o velho em questão, que pode ser qualquer um desses das filas dos bancos, dos hospitais, das filas de esperas, das esperas supliciantes que às vezes duram pequenas eternidades.
Parabéns ao Dinho pela coragem ao abordar um tema delicado como é, com certeza, a injustiça social tenha ela a cara, cor e forma que tiver. Vale ver, vale refletir sobre o visto enquanto se espera o DVD da peça chegar.
Mas o espetáculo aconteceu. No palco iluminado do Teatro das Bacabeiras mais uma vez o velho Dinho estava pronto para ralhar. Um pequeno público se fez presente, em virtude do fenômeno metereorológico supracitado.
E eu, lá, entre jovens, crianças e adultos humildemente ávido para receber, pela segunda vez, o Ralho. Dinho, o velho, seu terno branco, não sei se de linho, visivelmente amarrotado, e o bolso cheio de jornais, um execrável guarda-chuva na mão direita, batendo nervosamente na madeira do palco.
Enquanto distribuía os passos no ensaio de uma hipotética itinerância em torno da arte de representar, o velho lavra um protesto. Mal-humorado, às vezes, cômico acidentalmente, poético e filosófico por questão de birra ou vocação.
A platéia silenciou quando o silêncio se fazia imprescindível e riu às gargalhadas quando o personagem quando o personagem se fez cômico na tragicidade do ralho.
Interagiu com a platéia no intuito da sua prosopoética realista, se assim podemos rotular. Faz-se vítima de um sistema cruel, invisível, mas presente onde os direitos do idoso são subtraídos sem dó nem piedade. Exaspera-se. Acomoda-se. Ilustra com o gestual e as palavras situações conflitantes de negação dos direitos constitucionais de qualquer cidadão, seja ele idoso ou não.
Não cabe no alinhavado expresso de palavras aqui contido todo o brilho estilístico do texto, a interpretação comovente do ator e também poeta Dinho Araújo.
Aplausos para o ator, aplausos para os colaboradores, para a platéia-apesar-da-chuva e para o velho em questão, que pode ser qualquer um desses das filas dos bancos, dos hospitais, das filas de esperas, das esperas supliciantes que às vezes duram pequenas eternidades.
Parabéns ao Dinho pela coragem ao abordar um tema delicado como é, com certeza, a injustiça social tenha ela a cara, cor e forma que tiver. Vale ver, vale refletir sobre o visto enquanto se espera o DVD da peça chegar.
(Manoel Bispo Corrêa é poeta e artista plástico. Escreve todos os sábados neste blog)
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