quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Sebastião Tapajós e Thiago de Mello

Estive hoje, pela manhã, com estes dois ícones: Sebastião Tapajós e Thiago de Mello, que estão em Macapá para o show de 50 anos dos músicos amapaenses Joãosinho Gomes e Val Milhomem, hoje à noite na Fortaleza de São José.
Há mais de 20 anos eu e Sebastião não conversávamos, então hoje foi um reencontro cheio de carinho e ternura. Respeitado no mundo inteiro, o violonista e concertista Sebastião Tapajós faz restrições à lei de incentivo à cultura, que vem sendo, na opinião dele, manipulada por um pequeno mas poderosíssimo grupo. E eu concordo com ele.

Sempre de branco, fala pausada, o poeta Thiago de Mello, que tanto lutou pela democracia, foi preso e exilado, me falou indignado sobre o que se faz neste país em nome da democracia. "Eles se valem da democracia para promover a corrupção, agredir a ética e a moral". Lamentou o baixo nível da educação brasileira e disse que é dever do escritor encontrar uma linguagem cada vez mais acessível aos maior número de leitores. A obra literária - ensina - tem que ter simplicidade para que qualquer pessoa possa captar a mensagem contida num poema, num romance, num conto... para isso, o texto tem que ser claro, mas não pode perder a qualidade artística.
Aos 81 anos, ainda morando em Barreirinha, na floresta amazônica, Thiago de Mello não perde o ânimo de continuar lutando pelas causas que sempre abraçou: o combate a desigualdade social, a integração cultural da América Latina e a defesa da floresta amazônica. O poeta gostou tanto da canetinha que eu estava usando, então dei de presente a ele. Retribuiu-me com um abraço tão terno e um beijo