Uma amizade que vem de longe
Nosso amigo Zé Façanha – por quem temos um carinho muito especial – conviveu muito com meu pai Alcy Araújo. Dona Diva, mãe dele, adorava o meu pai e chamava-o de Nenê. Tinha tanta confiança nele que permitia que o filho ainda molecote saísse com os boêmios e poetas daquela época desde que meu pai estivesse junto. Zé Façanha era chamado de mascote da turma e tem muitas histórias pra contar sobre Alcy Araújo.
Ontem ele nos contou essa:
Tudo se explica. Porque gosto de vocês, filhos do Nenê. E olha que tenho pouco convívio com vocês. Mas por trás de tudo, está ele, o velho Alcy. Não sei se já falei sobre esse momento, mas tem uma passagem interessante. Eu era moleque (l6/17 anos) e saí da Turma do Buraco (em maiúsculas, né!), pelos favores do Dr. Olimpio - que era Diretor de Produção e fui ser o servente de seu gabinete.
Passado algum tempo, ele mandou-me trabalhar na gráfica do Palácio para aprender e depois encadernar os documentos da secretaria.
Lá o Nenê me descobriu e dissse: "Zé, o que tu estás fazendo aqui?” Expliquei-lhe a situação, com o que completou, "não nascestes para ser gráfico, isso é coisa para o Cassiporé.” E levou-me para o Palácio.
Lá disse para a Mamãe: “Diva, se tu não cuidas do teu filho eu vou fazê-lo.” Foi uma gargalhada geral.
Daí foi o início de um aprendizado, do lado bom e, como diria, do lado esperto da vida.
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