terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Jornalista na folia

Mariléia Maciel e o filhão Pedro Caio no Sambódromo

Mariléia Maciel, uma das mais dinâmicas assessoras de imprensa - ela faz assessoria para a Prefeitura de Santana, Secretaria de Meio Ambiente de Macapá, Boêmios de Laguinho etc - desde gitinha está no carnaval. Não perdia bailes infantis nem as batalhas de confetes. No coração está gravado o nome de Piratas Estilizados, a primeira escola pela qual desfilou e com uma fantasia feita de filó e fita metalóide que nada ou quase nada tinha a ver com o enredo. Nascida no Laguinho, hoje ela desfila pelos Boêmios e ajuda a colocar a escola na mídia passando diariamente informações para os jornalistas.
Mas deixemos que ela mesma conte sua paixão pelo carnaval:

"No carnaval tive duas opções: Estilizados ou Boêmios. Meus colegas de infância eram na maioria Boêmios mas meus amigos que me acompanhavam nas brincadeiras de rua, idas pras tertúlias e passeios na Zagury eram todos Estilizados. Eu vivia na casa da dona Dometila, próximo à casa do Sacaca, e todos na rua eram “ Piratinhas”, minha paixão nasceu assim, junto com meus amigos. Saía em alas em que as fantasias era à base de filó e fita metálica, sem preocupação com o enredo, nós mesmas criávamos nossas roupas e atravessávamos a Fab atrás da bateria tentando imitar as sambistas, que eram as filhas do Seu Lourenço, Cristina Almeida, Bibito e o resto das morenas que sambavam muito. Também fui às batalhas de confetes da Cândido Mendes, ia pros bailes mirins, com estrelinha e brilho no rosto,via Boêmios passar na esquina da Mãe Luzia com Eliezer Levi. Lembra do “grito de carnaval” ? Eu, de menor, ia escondida do Comissariado de Menor, uma vez entrei escondida na mala do carro da minha irmã, na sede da ASM, que tinha festas ótimas.
Depois passamos pra fase das alas que obedeciam ao enredo. Mas mesmo assim era tudo muito informal. Tínhamos uma ala formada por quem freqüentava a casa do Maurício, filho da Dometila.Saímos de índio,de japiim, de piratas, emília...nossa, muita coisa! Fiz parte da primeira ala coreografada do carnaval amapaense,acho que foi em 1986. Acredito que foi a estréia do Heraldo Almeida nesse ramo. Ensaiávamos no meio da rua, era (mais uma) ala de índio. Com lança na mão e tudo, a roupa era só uma sainha de sarrapilheira(que fizemos), colares de tento, que catávamos na frente da Igreja São Benedito, e em cima, somente um adesivo!!Nossa, estávamos podendo!!
Passei das alas pra harmonia e agora assessoria de imprensa. Fui convidada por duas escolas de samba mas acabei optando por Boêmios. Fui recebida com honras por todo mundo,eles sabem que sou Estilizados, mas vesti a camisa de Boêmios e me dedico muito, faço questão de ser bastante profissional. Acompanho os ensaios, freqüento os ateliês e barracão, me emociono com o samba, canto, danço. As pessoas da Universidade convivem comigo no dia-a-dia, independente de carnaval,então é fácil falar deles. É mais gostoso falar do que a gente vive e gosta, a prosa sai mais leve e verdadeira,e isso acontece no Boêmios. Sou fã do Carlinhos Bababá, Nega Vânia, Macunaíma, Heraldo Almeida....de muita gente que faz a Universidade. Acho que ainda vou sair na ala das baianas, vai ser um prazer. No próximo carnaval posso estar em outra escola, Estilizados, ou até da Zona Sul,sei lá, tudo pode acontecer. O importante é viver o carnaval, trabalhando, brincando ou julgando.
Curto tudo de carnaval. Blocos, ensaios,buxixos, os desfiles, bailes de carnaval, as pessoas que curtem carnaval, até as polêmicas."