Aeroporto de Macapá perde R$ 6,8 milhões
TCU diz que quadrilha desviou R$ 50,9 milhões da obra
A Câmara dos Deputados rejeitou, nesta terça, 23, a emenda do Senado à Medida Provisória 381/07 que dava mais R$ 6,89 milhões para obras de infra-estrutura no aeroporto internacional de Macapá. Os deputados já tinha excluído o valor em setembro passado, mas o Senado Federal voltou a destinar recursos para a empresa Gautama, construtora da obra, investigada pela Polícia Federal como a principal beneficiária de fraudes em obras públicas. O senador José Sarney (PMDB) é o autor da emenda que destinou dinheiro para a reforma do aeroporto. O Tribunal de Contas da União apontou que dos R$ 112,8 milhões contratados em novembro de 2004 para a reforma do aeroporto foram desviados R$ 50,9 milhões.
“É lamentável que, de novo, o Amapá deixe de receber recursos para seu desenvolvimento por causa de uma quadrilha instalada no estado. A população sofre nas mãos de um grupo que tomou conta do estado e ignora seu povo. É um amontoado de apoios políticos para esconder a corrupção que leva o dinheiro do aeroporto, da saúde, da merenda, das rodovias. Estes corruptos precisam sair da política do Amapá. Só assim a população vai ter sossego e seus direitos respeitados”, desabafa a deputada Janete Capiberibe (PSB/AP).
O Senado havia aprovado emenda liberando recursos para o Aeroporto de Macapá, apesar da corrupção, mas um acordo entre oposição e governo, na Câmara, condicionou a liberação dos recursos à conclusão das investigações que estão sendo feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A Gautama é uma das empresas participantes do consórcio responsável pelas obras e foi apontada pela Polícia Federal, na Operação Navalha, como a principal beneficiada por um esquema de fraudes em licitações de obras públicas. Dos seis políticos que receberam doações da empresa na última campanha eleitoral, três são do Amapá. (Sizan Luis Esberci, do gabinete da deputada Janete Capiberibe)
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