segunda-feira, 16 de março de 2009

Vida de repórter

O blog hoje bate um papo rapidinho com o poeta e jornalista Paulo Ronaldo Almeida, editor do jornal “a Gazeta”.
Baixinho, fala mansa, jipeiro, amante de esportes radicais, poeta dos bons e bom contador de piadas, Paulo Ronaldo está no jornalismo há 13 anos e já tem um monte de histórias para contar.
Agora está às voltas com um processo na Polícia Federal. Foi acusado de desacato à autoridade quando cobria uma das operações da PF, dessas feitas para desarticular quadrilha de corruptos.


O começo - Entrei no jornalismo em outubro de 1996, no Jornal Diário Marco Zero. O convite veio do José Marques Jardim. Já éramos amigos e tínhamos feitos uma exposição da I Mostra de Poesia Marginal, no Alexandre Vaz Tavares, o nome era uma referência ao movimento Poesia Marginal, surgido na década de 70.
Comecei como digitador. Mas um dia faltou um repórter e o Jardim pediu que eu fosse para a rua fazer polícia. Fui no Hospital de Emergência. Bom, o primeiro dia é sempre difícil. Transcrevi o texto do policial escrito no livro de ocorrência e passei o resto do dia batendo cabeça. Acho que ficou uma merda porque o Jardim reescreveu tudo. Mas, fui ficando, ficando e acabei sendo contratado.

Uma matéria inesquecível - Se tivesse que escolher uma matéria que fiz, escolheria uma que mostrou as mães sentadas em um banco de madeira e segurando seus filhos doentes no Hospital de Emergências, que na época se chamava Pronto Socorro, isso era 1998, época do governo Capi, quando o Diário do Amapá batia direto nele.
A matéria gerou repercussão e o promotor Pedro Leite mandou apurar a denúncia e constatou que além daquele problema, havia outros. O inquérito foi concluído seis meses depois da matéria ser publicada e ele abre com a reportagem feita por mim com as fotos do Samuel Silva, que ainda continua no Diário. No inquérito o promotor sugere ao governador que fosse construído um lugar exclusivo para atender crianças de 0 a 14 anos, surgindo meses depois o PAI (Pronto Atendimento Infantil). Me orgulho disso.

O maior mico que já pagou - Acho que o maior mico foi uma vez que o Douglas Lima (Diário do Amapá) me pautou para fazer uma matéria sobre o Vestibular. Tava começando a fazer matérias de cidades, antes só fazia polícia. Ai perguntei pra ele, quem eu deveria procurar. Ele respondeu: “Procura o Daves.”
E lá eu fui para a universidade procurar o tal de Daves e depois de algumas respostas negativas, já que ninguém conhecia essa pessoa, foi que o vigilante me chamou e disse: Daves é um departamento e não uma pessoa. Aí que fui ver que Daves era Departamento de Apoio ao Vestibulando.

Uma matéria interessante - Fui na lixeira pública há uns cinco anos, fazer aquelas velhas matérias de final de ano. E lá conheci um casal que tinha começado o namoro catando lixo. Fiz o texto contando a história dos dois e coloquei título o “Lucia e João: o amor que nasceu no lixo”. Foi legal.

O maior desafio - Ser editor de um jornal diário sem dúvida nenhuma é um grande desafio para qualquer profissional, mas o grande desafio meu foi quando o jornal entrou em crise financeira e muitas vezes tive que fechar a edição praticamente sozinho. Depois perdi o que eu considerava meus pilares dentro da redação: Lorena, Elder e Ângelo. Foi a partir deste ponto que eu tive realmente mostrar minha capacidade. Porque sem equipe tinha a missão de colocar o jornal todos os dias nas bancas e com qualidade. Algumas vezes conseguia outras não.

Paulo Ronaldo já trabalhou nos jornais Diário Marco Zero (repórter de Polícia), Jornal dos Municípios (Editor de Polícia e Cultura), Diário do Amapá (repórter de cidade e polícia), O Liberal-Amapá (repórter de cidade). Na televisão foi redator e chefe de reportagem do programa jornalístico "Meio Dia", da TV Marco Zero (SBT).
Tem dois livros de poesias publicados: Poesia Marginal (em parceria com José Marques Jarim) e Do Outro lado do Rio. Figura na coletânia "13 contistas da Amazônia", editada pela Universidade Federal do Pará e um de seus contos foi leitura obrigatória para o vestibular da Universidade Federal do Amapá em 2006.

E se você quer saber mais alguma coisa sobre o Paulo Ronaldo deixe sua pergunta na caixinha de comentários que ele jura que vai responder com prazer.