Artigo
Trânsito é vida
Alex Gomes*
O Amapá lidera uma triste estatística no cenário nacional, somos atualmente recordistas em mortes no trânsito, são vidas humanas que estão se perdendo por pura e simples falta de respeito ao próximo, estamos nos tornando cada vez mais egoístas, além desses e de outros fatores temos um governo (falo no âmbito federal, estadual e municipal já que ambos trabalham em comum acordo) totalmente negligente e inoperante, haja vista que no caso específico de Macapá temos uma parceria entre governo e prefeitura (antes denominada parceria nota 10, lembram!), que serviu tão somente para eleger seus mandatários maiores do executivo, Waldez, João Henrique e agora Roberto Góes, essa parceria da desgraça e do abandono não preparou nossa cidade para o fluxo de veículos que hoje observamos nas ruas, a falta de fiscalização nas auto-escolas, a utilização do órgão executivo de trânsito (DETRAN) de maneira eleitoreira nos empurrou em direção ao caos vivenciados por nas ruas e avenidas da cidade assim como do interior do Estado, além é claro da falta de amor a vida por parte daqueles que compõem o nosso trânsito.
1, 2, 3,... 48, 49, 50... Isso não é contagem regressiva são homes e mulheres que foram mortos somente esse ano no trânsito amapaense, são famílias que foram destruídas, nossas vias em sua maior parte estão sem sinalização, ruas e avenidas intrafegáveis, cheias de lixo e esburacadas, nossa engenharia de tráfego parece que não existe, onde a percebemos está obsoleta, as instituições públicas responsáveis pelo trânsito amapaense devem assumir suas respectivas responsabilidades, sabemos que os órgãos não governamentais têm responsabilidade social, contudo, não são as igrejas amapaenses, nem atitudes isoladas de uma parcela comprometida do judiciário que deve buscar solução para os problemas do trânsito louco do Amapá. A impr udência tornou-se algo banal, ainda não atentamos que são vidas humanas que transitam e trafegam diuturnamente em nossa cidade, ainda não compreendemos que álcool e direção e uma mistura que não combina, a lei seca tem que ser colocada em prática efetivamente, não adianta fazer de conta que se aplica a lei, o rigor da lei deve ser pra todos, sabemos o quanto é difícil para a Polícia Militar, agentes da EMTU e guardas municipais trabalharem em nossas ruas, pois de vez em quando eles se deparam com aqueles que se utilizam como diz o antropólogo Roberto da Mata do jeitinho brasileiro para burlarem a lei.
São muitos os impostos arrecadados, o que está sendo feito desses recursos públicos, em 2006 salvo engano, o Ministério Público Estadual cobrou explicações do DETRAN-AP sobre a aplicação desses recursos, o Estado foi intimado a prestar contas, mas nunca mais ouvimos falar nada a respeito do assunto. Onde estão nossos políticos, nossos representantes eleitos para cuidar dos assuntos que interessam a coletividade, por que não estão discutindo o assunto com o povo e o com o poder executivo, objetivando a busca de soluções para esse trânsito que mata sempre mais a cada dia, atualmente existem mais homicidas nas ruas e utilizando das armas com as quais cometeram seus crimes do que atrás das grades, essas pessoas eram pra estar presa, q uando um indivíduo mata alguém ele comete um homicídio, isso segundo o código penal brasileiro, então, por que temos vários assassinos soltos por nossas ruas, eles estão prontos pra matar novamente.
O trânsito é feito de pessoas, gente como a gente, que trabalha, estuda, ama e quer se amado, com familiares que aguardam nossa nosso retorno, é feito de vida, devemos ter mais respeito e consideração com a vida do próximo, hoje são desconhecidos, amanhã pode ser uma pessoa muito querida de nosso convívio social, então, vamos ter mais cautela, mais respeito, vamos ser mais prudentes, vamos dirigir com o mínimo de civilidade, também somos responsáveis pelo que está ocorrendo em nossa cidade, às vezes penso que somos os maiores responsáveis, pois somos incapazes de escolher direito os homens e mulheres que legalmente deveriam solução para nossos anseios e necessidades, não podemos mais aceitar tal situação, basta de campanhas educativas, o Estado tem que ser mais repressivo em suas ações.
* Alex Gomes é Bacharel em História pela UNIFAP
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