terça-feira, 7 de julho de 2009

Recebi do poeta Ademir Pedrosa:

Em homenagem a Tanabata vão aí uns haicais (poema de origem nipônica) de minha autoria. Pretendo ainda este ano reunir trezentos haicais escolhidos pra compor o meu livro solo a ser lançado no final do ano. Enquanto isto, eu ofereço ao leitor essa pequena amostra que também farão parte do livro, eis:

Saúvas nidificam
à sombra da samaúma
com forças hercúleas

Minhas mãos de nuvens
que afagam seus seios
seus tumucumaques nus

Tarde de equinócio:
arde na av. FAB
um ovo estrelado

Sem deixar vestígio,
passaste – deixaste em mim
nítido vazio

A linha do trem
cruza a linha do equador
e eu na janelinha

Meu computador
ngole letr s e cosp
p@lavrah$ 100 n&cxu$

Vou botar uns penduricalhos à noite num bonsai do meu jardim. Fiz um único pedido, súplica plausível... e justa: que o Senador Sarney deixe o Amapá. Largue de mão o nosso Estado, já fomos muito judiados, já comemos o pão que o diabo amassou. Que ele vá procurar por outra freguesia na baixa-da-égua. Esse senhor do bigode de pelos cerdosos, parece o Rei Midas às avessas, onde põe a mão infecta. Desde que se instalou aqui, o poder se deteriorou, deu mosca. Por isso vou apelar para os deuses. Como todas as tentativas fracassaram, quem sabe assim a mandinga dê certo. Oxalá!

Ademir Pedrosa
De prosa, de rima.