sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Tá no Estadão

Pivô do caso, firma recebeu R$ 17,4 mi de órgãos públicos
Marcelo de Moraes e Alcinéa Cavalcante


Levantamento no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) pela Assessoria de Orçamento da Liderança do DEM no Senado mostra que duas empresas do grupo (Servi-San Ltda e Servi-San Vigilância e Transporte de Valores) receberam pelo menos R$ 17,4 milhões desde 2007 em contratos com órgãos públicos. No Amapá, tem contratos com a Eletronorte e a Assembléia, além de acordos com firmas privadas como a MMX Logística e Mineração, do grupo EBX, do empresário Eike Batista, e a Mineradora Pedra Branca do Amapari.

A gerência no Amapá é exercida por José Gomes de Menezes Júnior, irmão do delegado Romero Lucena de Menezes, diretor-executivo da Polícia Federal preso na terça-feira. Menezes Jr. também teve a prisão decretada por suposto envolvimento no vazamento de informações sigilosas da Operação Toque de Midas, que investigava fraudes em licitação para beneficiar a MMX Logística.

Ele teria papel mais destacado na Servi-San do que apenas a gerência do Amapá. O contrato social, registrado na Junta Comercial do Piauí informa que é também gerente local. Chegou a representar a empresa em uma licitação da Secretaria de Estado da Educação - a Servi-San foi derrotada.

Fundada em 1968 em Teresina pelo empresário Francisco Assis Fortes, a empresa começou com atividades de limpeza e conservação. Em 1977, comprou a Plast-Nor, de transformação de plásticos. Dez anos depois, desmembrou-se na Servi-San Vigilância e Transporte de Valores Ltda. e na Forma-Seg. O grupo conta hoje com cerca de 10 mil colaboradores.

Procurada, a diretoria da Servi-San afirmou não ter informações para prestar ao Estado.