terça-feira, 16 de setembro de 2008

Toque de Midas II

Romero Menezes, número dois da PF, é preso pelo diretor-geral da PF, suspeito de fraude em licitações no Amapá

CBN; Jailton de Carvalho - O Globo

BRASÍLIA - Nos desdobramentos da Operação Toque de Midas, a Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira, o diretor- executivo e segundo homem na hierarquia da instituição, Romero Menezes. O irmão de Romero Menezes usaria o prestígio político do diretor para vencer licitações no Amapá e no Pará. José Gomes de Menezes Júnior, que também está preso, é dono de uma empresa que presta serviços de limpeza e pretendia entrar também no ramo de vigilância.

A voz de prisão foi dada pelo próprio diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. É a primeira vez que um vice-diretor da Polícia Federal é preso. Acima dele estava apenas Corrêa.
A Operação Toque de Midas investiga supostas irregularidades da EBX, do empresário Eike Batista, para concessão da Estrada de Ferro do Amapá.


A prisão do diretor executivo foi pedida pelo Ministério Público Federal de Roraima. Para o MP, existem indícios que Romero teria favorecido funcionários da EBX e da empresa dirigida pelo irmão dele. A PF não tinha divulgado até o início da tarde o nome do terceiro preso na operação.
Romero, que pediu afastamento do cargo, presta depoimento na sede da PF, em Brasília, e sua prisão é temporária. Segundo Corrêa, será temporária apenas para evitar qualquer interferência na coleta de provas.


No momento da prisão, às 9h50m, no gabinete do diretor-geral, estavam presentes os diretores de Daniel Lorenz (Inteligência) e Roberto Trocom (Crime Organizado).

A diretoria executiva da PF será ocupada interinamente por Trocom. Os policiais também fizeram busca e apreensão de documentos no gabinete, na casa de Romero Menezes, e em uma sala da Secretaria Nacional de Segurança Pública, no Ministério da Justiça.